14/06/2021 11h01 - Por: FILIPE PRADO E KAMILA RIOS
Um grupo de mães se reuniu em frente a Secretaria Municipal de Saúde para reivindicar contra o possível fechamento da PAI (Policlínica de Atendimento Infantil) Flamarion Capilé, de Dourados. Elas afirmaram que possuíam consultas agendadas para a manhã de hoje (14), porém encontraram o local fechado.
No mês passado, o vereador Diogo Castilho informou ao Progresso que a PAI estava sem coordenação e vários funcionários haviam sido exonerados, sem saber o motivo.
A dona de casa Midiã Aquino é uma das mães que levou a filha para atendimento, mas foi surpreendida com as portas da PAI fechadas. "Eu sai de casa às 5 horas da manhã. Eu preciso desta consulta, que já estava marcada, mas vim aqui e perdi a viagem", comentou.
Midiã relatou que a filha precisa de acompanhamento com um neuropediatra e que ela não tem condições de pagar uma consulta particular, que chega a custar, em média, R$ 300. "Eu preciso, elas precisam, as crianças precisam. Eu não aceito que a PAI feche", ressaltou.
Neuza Cavalcante Lopes também foi até a PAI na manhã de hoje. Ela afirmou que encontrou as portas fechadas e não conseguiu nenhuma informação sobre a consulta para seu neto.
Ela explicou que o neto é autista não verbal e faz tratamento com fonoaudiólogo e, após anos de espera, iria começar a ser acompanhado por uma psicóloga, porém foi frustrada pelo fechamento repentino da policlínica. "Ele precisa da fono, precisa destes estímulos. Fico indignada que uma policlínica desta para de atender as crianças, que são o futuro", alertou.
"Não podemos nos calar. Meu neto não pode falar, então estou aqui para falar por ele", completou Neuza.
Um dos pontos ditos em consenso pelas mães foi de que a policlínica possui uma equipe "maravilhosa e atende as crianças com muito amor", ou seja, elas exaltam o trabalho da PAI e veem os resultados, por isso buscam formas do atendimento não ser encerrado.
"Por enquanto o que sabemos é que vai fechar. Estamos em uma situação de regresso, sem atendimento e agora sem nenhuma posição", criticou a autônoma Luzia Vanessa Marengo Miranda, mãe de dois filhos que possuíam atendimento marcado.
"Caso feche, nossas crianças serão atendidas onde? Até o momento ninguém entrou em contato com a gente. Até mesmo os profissionais não foram informados", lamentou.
Informações apontam que a equipe da PAI também foi pega de surpresa, devido ao fechamento repentino. Eles também foram até a Secretaria de Saúde, onde foram atendidos pela Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) que dará um parecer tanto para os funcionários da policlínica quanto às famílias sobre o atendimento.
O jornal O Progresso questionou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Dourados sobre o possível fechamento da PAI, porém até o fechamento desta matéria não houve retorno.