03/11/2021 14h46 - Por: Pe. Crispim Guimarães dos Santos
O Espírito Santo, a seu tempo suscita vocações para os diversos serviços na Igreja. No serviço episcopal de conduzir "uma Igreja Particular", a Diocese, pela condição episcopal concede a alguns o múnus de ensinar, santificar e reger.
Dourados teve o privilégio de ter no pastoreio da Igreja Católica, homens que no tempo propício contribuíram para edificar o Reino. Pessoalmente tive pouco contato com Dom Alberto Först, quarto bispo da diocese de Dourados, mas vi sua abnegação e amor pelo rebanho que conduziu por 11 anos. Dom Teodardo Leitz, ouvi de muitas pessoas sobre sua sabedoria, coragem e ousadia pastoral, sendo aquele que por mais tempo exerceu o ministério episcopal nesta Diocese. Dom Carlos Schmitt, por dez anos, em tempos muito difíceis, contribuiu grandemente para a formação da recém-criada Igreja Particular, assim como Dom José Aquino, com quem tive contato quando bispo emérito de São José do Rio Preto. Foi o primeiro bispo de Dourados.
Sobre Dom Henrique, terei ainda muito tempo para descrevê-lo; é o escolhido do Espírito para a edificação do Reino de Deus nesta porção do seu povo no momento presente, por quem nutro admiração filial. Como visto, na lista dos seis bispos já designados para a Diocese de Dourados, falta o quinto, Dom Redovino Rizzardo, que por quatorze anos ofereceu sua vida pela Igreja de Dourados e pela sociedade sul-mato-grossense.
Ao completar cinco anos da sua Páscoa definitiva, a Diocese quis que seus restos mortais, assim como o de Dom Teodardo Leitz, fosse trasladado para a Cripta da Catedral Diocesana, onde existe uma capela mortuária preparada para receber os bispos que fizeram seu encontro definitivo com Cristo. Por isso, nesta ocasião quero recordar o "servo bom e fiel", Dom Redovino, com quem tive a alegria de conviver na casa episcopal nos meus primeiros seis anos de sacerdócio.
Conheci um homem de um intelecto privilegiado, com o domínio da língua portuguesa como poucos, porém, suas características mais importantes foram a simplicidade, a capacidade de perdoar, a obediência à Igreja, através da Comunhão com o Papa e com o Colégio Episcopal. Poucos sabem, porque ele não fazia questão de alardear, era extremamente pobre, não retinha nada para si, distribuía para as obras da Diocese dos próprios proventos, que não eram muitos, porque preferiu receber menos que os próprios sacerdotes do seu presbitério.
Dom Redovino recebia as pessoas, das mais variadas condições sociais, com um sorriso "largo", fruto de quem vivia na presença de Deus e via no irmão a expressão do rosto de Cristo, ora crucificado, ora ressuscitado. Havia no seu coração uma preocupação com os mais carentes, ao mesmo tempo que procurava dialogar com outros segmentos da sociedade.
Ao lembrar deste irmão de todos nós e pastor diocesano, rendemos graças a Deus, porque fomos agraciados pelo seu serviço nesta amada Diocese de Dourados. Dia seis de novembro, na Catedral Diocesana, queremos reconhecer que Deus age no meio de seu povo, convidando e capacitando pessoas para que sejam a expressão do seu rosto amoroso e misericordioso, como foi Dom Redovino.
Pe. Crispim Guimarães dos SantosAssessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB
Secretário Executivo Nacional da Pastoral Familiar.
Assessor Eclesiástico da Associação Nacional dos Médicos Católicos