Mais de 3 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país participaram da consulta
Por ONU
Faltando poucas semanas para terminar o prazo para tirar o título de eleitor, uma enquete do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e da organização da sociedade civil Viração Educomunicação revela que a maioria dos adolescentes participantes quer exercer o direito ao voto em 2022. Nove em cada dez afirmam que o voto tem poder para transformar a realidade.
Além disso, 64% afirmam que vão votar este ano; 21% ainda não sabem se vão votar ou não; e 15% disseram que não vão votar. Mais de 3 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país participaram da consulta.
"Participar das decisões que impactam sua vida é um direito de crianças e adolescentes. Para meninas e meninos de 16 e 17 anos, o voto é facultativo, mas é um importante instrumento para adolescentes exercerem sua cidadania", afirmou o chefe do programa de Cidadania de Adolescentes do UNICEF no Brasil, Mário Volpi.
Entre os que disseram que “não vão votar neste ano”, apenas 10% afirmam que, de fato, não querem votar. Outros 17% disseram que não conseguirão tirar o título de eleitor a tempo e 69% afirmaram não ter idade suficiente. Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 anos que não completarão 16 anos até outubro e não podem votar, mas também alguns de 15, 16 e 17 anos que poderiam votar, mas não tinham essa informação.
Fica claro, por meio da enquete, que adolescentes querem saber mais sobre como exercer o direito ao voto. Entre os respondentes que “não sabem se vão votar ou não”, 72% disseram que o principal motivo é não ter conseguido tirar o título de eleitor ainda. Entre todos os participantes, 64% disseram querer receber informações sobre como tirar o título de eleitor online.
"Democracia se faz com participação da sociedade civil. Em diversos países de todo o mundo, os jovens têm desempenhado um papel fundamental nas eleições e na construção de novos sonhos para o futuro do planeta. Quatrocentos e quarenta mil jovens tiraram o título de eleitor no último mês no Brasil, mas falta muita gente! Nosso convite é para que tirem o título e ajudem a construir espaços de formulação de propostas para as eleições que ocorrerão em 2022 no país", defendeu a presidente da Viração Educomunicação, Simone Nascimento.
"Essa enquete mostra que os adolescentes querem ser ouvidos, contribuir e exercer seu direito à participação. Neste momento, é importante que eles tenham informações sobre como tirar o título e, assim, possam estar aptos a votar em outubro", complementou o chefe do programa de Cidadania de Adolescentes do UNICEF.
Quando perguntados sobre o que pensam a respeito de outros adolescentes e jovens que não tiraram o título, os participantes colocam algumas hipóteses. Para 25% dos adolescentes que participaram da consulta pública, o desinteresse pela política institucional é o principal motivo pelo qual tantos jovens ainda não tiraram o título de eleitor. Para 20%, o principal motivo é o pouco conhecimento sobre política e outros 20% acreditam que é por não considerarem que votar seja algo importante. Além disso, 15% acreditam que a baixa porcentagem de adolescentes aptos a votar se deve ao fato de não se sentirem representados pelos possíveis candidatos e candidatas, 13% por não saberem que podem votar e como tirar título e outros 7% alegaram outros motivos.
Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a menor porcentagem de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor desde a conquista do direito ao voto para essa faixa etária na Constituição de 1988. De acordo com o órgão, pouco mais de 13% estavam aptos para votar nas eleições de 2022 naquele momento. Desde então, campanhas de conscientização têm sido realizadas e os números vêm aumentando. Segundo o TSE, o número de novos títulos de adolescentes de 15 a 17 anos passou de 199.667 em fevereiro para a marca de 290.783 em março, crescimento superior a 45%.
Sobre a enquete - As enquetes do U-Report Brasil são realizadas virtualmente pelo WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger, por meio de um chatbot. O projeto é desenvolvido pelo UNICEF em parceria com a Viração Educomunicação e conta com mais de 140 mil adolescentes e jovens inscritos. Não se trata de pesquisas com rigor metodológico, mas de consultas rápidas por meio de redes sociais entre pessoas, principalmente adolescentes e jovens, que se cadastram na plataforma. Esta enquete apresenta a opinião de mais de 3,1 mil adolescentes de 15 a 17 anos e não pode ser generalizada para a população brasileira como um todo.