No meio do mês passado (março 2022) a Petrobras anunciou ter recebido uma proposta por parte da EIG Global Energy Partners referente à venda da totalidade de suas participações de 51% na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).
De acordo com a reportagem da Reuters, a EIG deve pagar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão para a aquisição da participação de 51% da Petrobras na TBG, que opera o setor brasileiro do gasoduto de gás natural, conhecido como Gasbol.
A Gasbol é projetada para transportar até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural da Bolívia para os mercados consumidores no Brasil. O decorrer das negociações é acompanhada de perto pelos investidores que usam uma estratégia de price action para tentar criar estabilidade no mercado, evitando grande volatilidades originadas pelo negócio.
No entanto, não foram confirmados os valores veiculados nas mídias, sendo que a Petrobras comunicou que qualquer transação dependerá sempre das aprovações corporativas necessárias, que demoram o seu tempo.
Tempos conturbados na Petrobras
Após Joaquim Silva e Luna ter sido demitido da presidência da Petrobras pelo presidente Jair Bolsonaro por descontentamento com a alta do preço dos combustíveis, a recente nomeação do ex-secretário José Mauro Coelho para a presidência da empresa foi vista com bons olhos pelo mercado, levando a uma valorização de cerca de 5% do valor das ações.
Embora tenha havido uma boa resposta por parte do mercado, uma minoria de investidores vieram defender que a mesma se deveu à estratégia de price action utilizada por muitos investidores de retalho que passa por simplesmente “imitar” os movimentos de outros investidores, criando mexidas em massa nas ações que acabam por fazer valorizar (ou desvalorizar) o valor das ações.
A explicação para essa reação é simples, e alguns investidores interpretaram a “mensagem” do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, a Bolsonaro em seu discurso de posse como argumento para o mesmo.
Coelho afirmou que a expansão das infraestruturas do país e a garantia do abastecimento de energias está dependente da prática de preços competitivos, e consequentemente caros para o povo brasileiro - o que leva a acreditar que o trabalho do novo presidente será difícil para fazer algo diferente do seu antecessor, que era alvo (quase) constante de críticas por parte da sociedade.
Pessoa certa no lugar certo?
No entanto, a grande maioria dos investidores vêem a decisão com bons olhos e acreditam que finalmente foi tomada uma decisão técnica e não política para uma posição que exige isso mesmo.
Antes de assumir o cargo na Petrobras, Coelho era presidente do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), e também passou 13 anos na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada à pasta do governo onde passou 4 anos.
O vasto currículo impressiona qualquer pessoa e parece ser motivo para aumentar a confiança dos investidores na Petrobras, levando a uma reação positiva do mercado. Por outro lado, a constante participação de Bolsonaro acaba por originar alguma volatilidade à volta das ações da companhia.
Conclusão
A empresa estadual Petrobras recebeu uma proposta por parte da EIG para a aquisição da totalidade das participações TBG, responsável pelo transporte de até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural entre a Bolívia e o Brasil.
Existem rumores que o negócio valerá entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão para a Petrobras, que tem vivido tempos conturbados desde a demissão do seu presidente, Joaquim Silva e Luna, devido a críticas pelos elevados lucros e constante aumento dos preços das energias.
Embora alguns investidores não vejam o novo presidente da companhia como uma boa solução, a maioria considera que a nomeação de José Mauro Coelho por parte de Bolsonaro foi uma escolha técnica, e não política, que é o primeiro passo rumo ao sucesso.
As primeiras reações do mercado foram positivas, contudo a contínua participação de Bolsonaro nas decisões da empresa levam a uma volatilidade constante do preço das ações da Petrobras.