Dourados
Por Gracindo Ramos
A equipe da Escola Municipal Prefeito Ruy Gomes, do Distrito de Vila São Pedro em Dourados (MS), foi classificada finalista como primeira colocada do Estado do Mato Grosso do Sul para a grande final presencial da 14ª edição da Olímpiada Nacional em História do Brasil. Apenas duas escolas do Estado estão na final da competição, que acontece na Unicamp (Universidade de Campinas-SP), no próximo dia 20 de agosto.
A equipe, que foi batizada de “Capivaras de São Pedro”, é formada por três alunos, sendo dois do 8º ano e um do 9º ano, e a professora de História Letícia Berloffa. A Escola Ruy Gomes competiu com outras cinco equipes de Dourados, quatro de uma escola privada e uma de escola pública, sendo 117 equipes do MS no total. Segundo Letícia, a preparação dos alunos foi muito desafiadora e ela precisou tirar dinheiro do próprio bolso para inserir os estudantes no desafio.
“Nossa escola é do campo e conta com poucos recursos. No início do ano, por questões burocráticas, a escola não dispunha de recursos financeiros para pagar a inscrição. Eu mesma efetuei o pagamento para que os alunos pudessem participar. Para chegar até a final, foram seis fases online, durante seis semanas e dependíamos de computadores que não tínhamos. Na sala de tecnologia, apenas um computador funciona. Precisávamos emprestar notebooks particulares de outros professores. Usamos computadores da secretaria e da coordenação”, explicou a idealizadora do grupo.
“Contamos com o apoio de um monitor oficial, o João Pedro de Carvalho Linhares, que é estudante de Direito da UFRGS. Ele tem família em Dourados e foi à escola auxiliar os alunos em algumas fases. Inscrevi ele como monitor oficial da nossa equipe. E o promotor Dr. João Linhares Júnior entrou em contato parabenizando e oferecendo apoio à equipe. Ele coordena o projeto ‘Educação digna, inclusiva e feliz’ em Dourados e vai tentar ajudar com parte das despesas dos olímpicos”, conta a docente sobre o apoio recebido.
Berloffa detalha que a equipe ganhou as passagens aéreas da Unicamp como premiação pela primeira colocação no Estado, mas os recursos não incluem hospedagem e alimentação. “Precisamos ficar lá do dia 19 a 21 de agosto. Fora isso, os alunos do 8° e 9° ano (aproximadamente 20 alunos) irão acompanhar e torcer, porém eles não ganharam o deslocamento. Por isso, contamos com o ônibus da prefeitura para fazer o transporte dos colegas de classe que foram parte fundamental para o sucesso da equipe”, exalta.
A Olimpíada de História
A competição deste ano contou com mais de 73 mil participantes, totalizando mais de 18 mil equipes inscritas de todos os estados do país. Ao todo, são 320 grupos classificados para a etapa final, sendo a Escola Prefeito Ruy Gomes uma das duas representantes do MS na decisão. O Nordeste é a região com maior número de finalistas, com 213 grupos. Somente o Estado do Ceará classificou 83 equipes.
A olimpíada é aberta para escolas públicas e particulares de todo o Brasil. De acordo com a universidade, “além de temas sobre a História do Brasil, a ONHB apresenta questões que permeiam assuntos interdisciplinares, como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo, atualidades etc. A competição também faz parte do edital ‘Vagas Olímpicas’ da Unicamp. De acordo com o desempenho, os participantes podem concorrer a duas vagas no curso de graduação em História da Unicamp, sem passar pelo vestibular”.