Dourados
A denúncia foi protocolizada na última quinta-feira (21) na sede do Procon em Dourados (Órgão que realiza a defesa e proteção do consumidor no Brasil)
O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região MS esteve na sede do Procon em Dourados na manhã da última quinta-feira (21) para denunciar o Bradesco por práticas discriminatórias a clientes e usuários do banco, no que consiste ao direito dos mesmos de terem atendimento presencial nos caixas físicos das agências bancárias.
O Bradesco está obrigando os empregados a “empurrar” os clientes para os correspondentes bancários e plataformas digitais. O Sindicato reitera que as pessoas tem o direito de serem atendidas presencialmente, através da contratação de mais funcionários. No entanto, os bancos privados estão fazendo o oposto, extinguindo ou transformando as agências em unidades de negócios sem caixas humanos, demitindo em massa e negando à população o direito ao atendimento nos caixas convencionais. Foi o que fez o Bradesco em Dourados, onde fechou uma agência e transformou outra em unidade de negócios, restando apenas duas para atender a demanda que era de quatro.
Segundo o presidente do Sindicato, Carlos Longo, “não é de hoje que o sindicato tem recebido diversas reclamações de clientes e usuários do Bradesco que são praticamente impedidos de adentrarem as agências do banco para terem atendimento presencial na boca do caixa.” Ainda segundo Longo, “além da discriminação, já que dependendo do cliente o acesso é livre, a prática tem gerado também pressão em cima dos funcionários, visto que estes são deslocados para as portas das agências para fazer o que o banco chama de triagem, o que na prática é o cerceamento do consumidor de exercer o seu direito garantido por lei”.
Resolução do Banco Centrar garante atendimento
Conforme a resolução n 4.746 do Banco Central do Brasil, é vedado às instituições “impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento presencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando disponível o atendimento em outros canais”.
Sindicato já cobrou providências do Gerente Regional do Bradesco
Antes de levar a denuncia ao Procon a direção do sindicato discutiu o assunto com o Gerente da Regional Sul do Bradesco no MS, Roberto Alencar e cobrou providências, em reunião na sede do sindicato no dia 27 de maio deste ano, quando deixou claro ao mesmo a preocupação da entidade, inclusive com a integridade física dos funcionários, que ao colocarem em prática a determinação do banco tem sido alvos de agressões verbais e correm o risco de serem agredidos também fisicamente por parte de alguns clientes que insistem em serem atendidos no caixa convencional. Nada foi feito até agora.
Clientes e usuários também podem denunciar
O Sindicato esclarece a população em geral e, em especial, aos clientes e usuários dos bancos, que qualquer cidadão que se sentir lesado em sua relação de consumo têm à disposição um número de telefone para denunciar o problema, no caso do Procon é só discar 151, o atendimento é das 07h até as 18h30, de segunda a sexta-feira.
No caso dos bancos, a denúncia pode ser realizada também nas ouvidorias, a do Bradesco o telefone é o 0800 727 9933, o atendimento é das 8h às 18h (Horário de Brasília) de segunda a sexta-feira.
Além desses dois canais, o cliente pode também registrar a sua indignação direto no site do Banco Central, bcb.gov.br ou pelo telefone 145.
Lucro nas alturas
O Bradesco teve Lucro Líquido Contábil de R$ 7,009 bilhões no 1º trimestre de 2022. Isso representa uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2021. Dinheiro não falta para contratar mais funcionários, cumprir com sua responsabilidade social e prestar um serviço de qualidade aos clientes que bancam esses extraordinários rendimentos.
O sindicato continuará acompanhando e conta com a atuação do Procon em relação a nossa denúncia e não descarta outras ações com atividades e protestos no sentido de cobrar providências do Bradesco para que o mesmo respeite os direitos de seus clientes, dos usuários e também de seus próprios funcionários.