O aumento da incidência da plagiocefalia posicional, ocasionada sobretudo pelo posicionamento viciado do bebê em uma superfície, gerou também o crescimento de exames para descartar o diagnóstico de cranioestenose, quadro este bem mais grave, porém de menor incidência (3-6 a cada 10 mil nascidos vivos).
Para ser possível investigar uma cranioestenose e diferenciar um caso de outro, frequentemente, solicita-se uma tomografia. No entanto, é preciso lembrar que esse exame de imagem submete a criança, precocemente, à exposição de radiação ionizante, que em grandes doses pode causar danos irreversíveis às células humanas.
Apesar de ser considerada “padrão-ouro” para o diagnóstico de uma cranioestenose, situação em que há o fechamento precoce das suturas cranianas e que pode trazer diversos riscos à criança, atualmente, a comunidade médica está somando esforços para utilizar outras opções no diagnóstico por imagem dessa anomalia craniofacial, deixando de expor o bebê à radiação de forma precoce.
Como alternativa, portanto, em algumas pesquisas médicas, surge a avaliação das suturas cranianas via ultrassonografia. Uma opção que apesar de trabalhosa pode servir como uma modalidade inicial na avaliação de pacientes com deformidades e assimetrias cranianas.
No ultrassom, no entanto, é fundamental ter um radiologista experiente. Esse exame, portanto, passa a ser a abordagem inicial, cujo resultado deve guiar ou não a avaliação posterior com neurocirurgião e uma possível tomografia.
Essa técnica pode ser aplicada em diagnósticos de assimetrias de crânio e face, no entanto, pode ser um pouco mais complexa de ser aplicada em crianças com idade acima de 12 meses, uma vez com o passar do tempo as suturas ficam mais finas e difíceis de serem visualizadas pelo USG.
Tomografia não deve ser descartada no diagnóstico
É importante lembrar que o exame de tomografia computadorizada é rápido e proporciona excelentes caracterizações das suturas cranianas, além de permitir reconstruções tridimensionais, por isso, não deve ser totalmente descartado. Se for escolha do médico, a TC pode ser realizada com doses baixas de radiação, mas o ideal é que o exame seja realizado por um profissional radiologista pediátrico, que volte a sua atenção para essas necessidades particulares. Na tomografia computadorizada, um olhar humanizado desse especialista pode permitir que o bebê faça o exame dormindo após mamar, por exemplo.
Converse com o seu médico sobre o método mais seguro e eficiente de acordo com o caso do seu filho.