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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Paz é inevitável, o próximo caminho da humanidade

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Fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz vai estar em Dourados hoje. Ele concede entrevista às 11h no Programa Hora da Verdade, do Jornalista Osvaldo Duarte, pela Grande FM

26/05/2018 07h03 – Por: Maria Lucia Tolouei

“Não temos outra saída. Já se tentou-se de tudo, menos uma paz mundial verdadeira, fundada em uma consciência universal única. É chegada a hora da eliminação de todas as fronteiras, barreiras e muros nacionalistas, raciais, sectários – tudo de perverso que só nos levou a guerras e sofrimentos. É certamente o próximo passo da humanidade e já se percebem alguns indícios, sinais e instrumentos práticos”. A observação é do médico Farhad Shayani, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz.

Shayani é médico ortopedista e fisiatra, graduado e Mestre pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e de Fisiatria pela Associação Medica Brasileira e da American Association of orthopedic medicine; Visiting Professor em Northwick Park, Londres, Heidelberg na Alemanha, Cochain e Lariboisier em Paris, Jefferson Memorial, Florida Estados Unidos. Clinicas em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nascido em Teerã, capital do Irã e há 62 anos no Brasil, casado com mineira de Belo Horizonte e dois filhos brasileiros.

Estudioso da cultura brasileira e iraniana e autor de estudos de correlação entre a poesia e tradições dos dois países, especialmente Manuel Bandeira e poetas persas. Co-autor de diversos livros em áreas da medicina, ciências e sobre a paz mundial. Fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz, fundada em agosto de 1986 em Porto Alegre, Organização sem fins lucrativos e com estatutos e características próprias. Ele é membro da Comunidade Bahá´í do Brasil.

Neste sábado, Dr. Farhad Shayani estará concedendo entrevista ao Programa “A Hora da Verdade”, do jornalista Osvaldo Duarte, às 11h deste sábado, pela Rádio Grande FM.

Confira a entrevista

Num mundo onde crescem os conflitos de toda ordem e a selvageria entre os povos, a paz ainda é possível?

Não temos outra saída. Já se tentou-se de tudo, menos uma paz mundial verdadeira, fundada em uma consciência universal única. É chegada a hora da eliminação de todas as fronteiras, barreiras e muros nacionalistas, raciais, sectários – tudo de perverso que só nos levou a guerras e sofrimentos. É certamente o próximo passo da humanidade e já se percebem alguns indícios, sinais e instrumentos práticos.

Como lutar contra os interesses socioeconômicos e políticos-partidários? Há esperança para a humanidade? Quais os caminhos?

Os interesses econômicos e de poder são fictícios e ilusórios. Para que serviu o poder político dos poderosos? Quais das teorias econômicas no último século trouxeram paz e prosperidade e união para humanidade? Temos um estudo de cálculo econômico realizado na nossa Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz que mostra, numericamente o quanto as corridas armamentistas e gastos bélicos, (algo hoje em torno de US$ 30 trilhões de dólares anuais) poderia gerar de extinção da miséria, cura de doenças transmissíveis, cura de câncer e criação de cinturões agrícolas em torno das cidades pobres e extinção da fome no mundo. Há muita esperança e os caminhos nunca foram tão claros e promissores.

O que levou o senhor, médico de formação, a se interessar pela cultura de paz? Como se entrelaça à saúde?

É uma boa pergunta! Na verdade sempre me interessei pelo tema pois sou Bahá’í e desde menino busco um mundo unido e em paz. Mas, especificamente em 1986, já médico com algum êxito profissional, mas sempre insatisfeito em realmente trazer algum proveito e serviço à humanidade, foi ai que conheci uma entidade mundial fundada por dois médicos cardiologistas: um russo e outro americano.
O que diziam era muito simples: precisamos alertar a humanidade que em caso de uma guerra nuclear não contem com médicos, enfermeiros, hospitais, etc, pois tudo terá sido destruído. Era uma mensagem poderosa e os dois, um deles o Professor Dr Bernard Lowen, que o conheci pessoalmente, vieram a ser agraciados com o Nobel da Paz. Nesta época, com o apoio de outros 200 médicos, fundamos a Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz sem nenhum vínculo ou afiliação nem com a entidade anterior ou com o Médicos Sem Fronteiras, que também viria a ganhar o Nobel.

Qual é o objetivo e atuação do Sociedade Brasileira de Médicos pela Paz? Isso pode inspirar profissionais de todas as áreas a atuarem como facilitadores para uma sociedade justa e equitativa

Desde o inicio tivemos objetivos, propósitos e formas de atuação diferentes. Não somos uma entidade assistencial e nem de atendimento de doentes em áreas de guerra e conflitos, por mais que respeitemos e admiremos outras organizações que fazem isto, nem angariamos fundos e nem contribuições. Em resumo, não cremos em práticas paliativas e assistenciais para trazer a Paz ao mundo.
Trabalhamos com instituições em todo o Brasil que realizam um trabalho preventivo e educativo de programas sistemáticos de trazer valores, virtudes, consciência e percepções para um mundo unido, justo e em paz. Apoiamos programas de empoderamento de crianças, pré jovens (9 a 12 anos críticos na formação), jovens e adolescentes e mesmo adultos e famílias. Há materiais bem estruturados, ministrados sempre por voluntários, e hoje milhares de outros profissionais estão sendo inspirados s serem tutores e facilitadores nestes programas.

A maioria das pessoas está apavorada e descrente face à escalada da violência e a miséria. Quais os caminhos? O que sugere?

Temos realizado palestras e dado cursos, sempre em colaboração com pessoas com ideais afins como os Bahá’ís de Dourados. Agora, recentemente, realizamos um grande treinamento no Rio de Janeiro e outro em escolas públicas de Belo Horizonte, a convite dos Bahá’ís locais.

Fale um pouco sobre os livros que o senhor publicou. Quais são os teores e a quem se dirigem? Tem versão online e onde podem ser encontrados?

Acreditamos muito em contato pessoal, olho no olho, coração a coração. Queremos todas as almas e não apenas mais um fenômeno de mídia social. Queremos voltar a ter comunidades que cuidem das nossas crianças e jovens, tão abandonados. Queremos construir comunidades com novos valores e virtudes e novas práticas capazes de influenciar poderosamente a sociedade ao seu redor.

O senhor mencionou ‘construção de comunidades’. Do que se trata e como sair do estágio atual para isso? Pode citar resultados concretos?

Construção de Comunidades é para mim a ação mais transformadora hoje no mundo. Começamos com atividades para crianças, jovens e famílias e depois mostramos como a comunidade pode multiplicar estes modelos e como a comunidade pode criar uma cultura de não violência, paz e unidade. Os resultados práticos tem sido fantásticos.
Milhares de localidades estão se levantando. Milhares de voluntários estão pedindo para serem treinados. Milhares de pais que vêm a transformação dos seus filhos entram em fila de espera para terem seus filhos envolvidos. Milhares de parentes desiludidos pelas drogas, vícios e violência dos filhos, junto com escolas e professores que sofreram violência, têm solicitado os programas de construção de comunidades. Neste sentido, os Bahá’ís em todas as cidades do Brasil e aqui em Dourados têm sido cruciais na sua experiência e participação ativa.

Pelo que entendemos, a mudança parte de dentro para fora, ou seja, muda o ser humano para mudar o mundo? Qual é o mecanismo?

Sem dúvida, é de dentro para fora, mas não é apenas uma prática individualista. Não é uma psicoterapia. Há um poderoso mecanismo multiplicador no programa, bem como novas instituições que acompanham na prática e apóiam concretamente os grupos.

Em nível local, nacional e mundial, como anda este movimento?

Este tem sido um movimento de toda a sociedade brasileira e mundial. Estivemos agora em Canoas, na Grande Porto Alegre e vimos o êxito enorme destes programas, por exemplo, em Mogi Mirim (SP) e mesmo no nosso centro oeste; no mundo, desde Congo, Toronto no Canadá, até Colômbia, Vietnam, Cambodia e em todos os cantos do planeta. Acredita-se que hoje mais de 800 mil voluntários capacitados e treinados estão ativamente multiplicando estas ações.

Considerações finais

Gostaria muito de convidar a população de Dourados, que é a terceira vez que tenho a felicidade de visitar, busquem conhecer mais este trabalho dos Bahá’ís de Dourados. Entrem com contato telefônico, por email e busquem saber como podem ser capacitados como voluntários tanto para crianças, pré jovens, adolescentes como adultos e na construção de comunidades.

SERVIÇO

Comunidade Bahá´í
Contatos: 3422.7379, 99199-646; 3422.3449.

Dr. Farhad Shayani, fundador e presidente da Sociedade Brasileiro de Médicos pela Paz

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