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domingo, 28 de abril de 2024

Valeu a pena – Braz Melo

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Braz Melo*A semana passada ao ler o jornal, deparei com uma noticia que me pegou de surpresa ao constatar que Dourados tinha sido contemplada com uma obra de uma grandeza imensa, prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC-2) do Governo Federal, que é a parte da ferrovia que fará a ligação da rota bi oceânica Atlântico – Pacífico.

A ferrovia que ligará Santos, em São Paulo à Antofogasta, no Chile e que hoje está interrompida em Panorama, no estado de São Paulo, terá recursos garantidos para dar continuidade até Dourados.

Assustei, pois há muito tempo não via ninguém falar nesta obra tão importante para nossa região. Obra que defendi com unhas e dentes quando assumi a vice-governadoria em 1995. Naquela época, sabendo das dificuldades que teria em conviver com a turma de Campo Grande e escolhido pessoalmente pelo Governador Wilson Martins, preferi ficar bem longe de lá, para não criar transtorno. Pedi ao governador para cuidar do MERCOSUL, desacreditado e recém instalado. Em menos de uma semana já tinha visitado o Presidente Juan Carlos Wasmosy em Assunção e dele conseguido a simpatia e apoio de duas obras importantes para Mato Grosso do Sul e o Paraguai. A rota bi oceânica e o aproveitamento, pelo governo brasileiro, do porto de Concepcion.

O Presidente Wasmosy foi o único mandatário guarani que em se tratando de Brasil, gostava mais de Mato Grosso do Sul do que os outros, que sempre se aproximavam mais ao Paraná. Talvez por ter propriedades na região norte do Paraguai, que era mais próximo de nosso estado.

Toda vez que convidado para vir em nosso Estado, nunca se esquivou, participando de festas, exposições, palestras e inaugurações.

Pela nossa localização, até agora ficávamos no fim da linha. Daqui não se seguia para frente. Era o fim da picada. A rota bi oceânica vai fazer com que nossa região e o Paraguai passem a ser trajeto obrigatório para aqueles que irão aproveitar o caminho mais barato para levarmos nossos produtos para a Ásia e principalmente à China, onde mais de um bilhão e trezentos milhões de pessoas anseiam pelos nossos produtos mais em conta.

Sempre afirmei que seria fundamental que a rota bi oceânica passasse por aqui, principalmente porque seria mais barato executar esta obra e que diminuiria os custos de nossos produtos em mais de trinta por cento. São oito mil quilômetros a menos do que usado atualmente. A partir daí seremos mais competitivos com os outros mercados.

Quem também lutou por esta obra foi o ex-prefeito de Iquique, Jorge Quiroga, que esteve aqui de carro por três vezes, e que a seu convite, uma comissão douradense fez o caminho inverso, de ônibus. Dourados é cidade irmã de Iquique, no Chile.

No futuro, Ponta Porã será a mais beneficiada, já que não tendo a força de nossa cidade, fica a mercê da influencia do comercio do outro lado da fronteira. Será a salvação da região. Já tem previsto o estudo para lá, chegando à Resistência, na Argentina, onde já existe uma ferrovia que atravessa toda a Argentina e chega à costa do Chile, no Pacífico.

Também está previsto o projeto de um ramal de Dourados até Porto Murtinho.

Estas obras mudarão a cara do sul de Mato Grosso do Sul.

Mesmo tendo muita gente que não acreditava neste pleito, valeu a pena ter lutado por plantar esta semente no coração de alguns.

Assim como valeu a pena e serve de exemplo a vida de um amigo que nos deixou este fim de semana, Vivaldi de Oliveira. Foi vereador no fim da década de 50, prefeito e deputado estadual mais votado no Mato Grosso uno que acreditando que teria outras maneiras de fazer mais pelos outros, largou a política quando a grande maioria não quer deixá-la. Aclamado pelo povo.*Engenheiro civil e ex-prefeito. http://estoriasdedourados.blogspot.com

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