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sexta-feira, 26 de abril de 2024

A misericórdia muda o coração e a vida

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12/09/2014 18h00

A misericórdia muda o coração e a vida, diz Papa na catequese

Francisco dedicou a catequese de hoje para falar aos fiéis sobre como a Igreja ensina obras de misericórdia.

O Papa Francisco continuou na quarta-feira, 10, o ciclo de catequeses sobre a Igreja. Desta vez, ele se concentrou em como a Igreja ensina aos fiéis as obras de misericórdia, o que deve ser feito com gratuidade, sem esperar nada em troca.

A Igreja indica o que é essencial na vida dos cristãos, disse o Papa, destacando que o essencial, segundo o Evangelho, é a misericórdia, como diz Jesus: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”.

“Pode existir um cristão que não seja misericordioso?”, questionou Francisco. Ele mesmo respondeu dizendo que o cristão necessariamente é misericordioso, pois este é o centro do Evangelho.

A Igreja, então, se comporta como Jesus, ensinando essa lição aos fiéis com os exemplos e utilizando as palavras para iluminar o significado dos seus gestos.

“A mãe Igreja nos ensina a dar de comer e beber a quem tem fome e sede, a vestir quem está nu. E como faz isso? Com o exemplo de tantos santos e santas que fizeram isso de modo exemplar; mas o faz também com o exemplo de tantos pais e mães que ensinam a seus filhos que aquilo que sobra a nós é para aqueles a quem falta até o necessário”.

Nas famílias cristãs, a hospitalidade é sagrada, disse o Papa. Ele contou aos fiéis um episódio que aconteceu com uma paroquiana argentina, que queria ensinar os seus três filhos a partilhar.

Certo dia, no almoço, um senhor bateu à porta pedindo comida. A mãe pediu que as crianças dessem, cada uma, metade da carne e das batatas que comiam.

“E assim esta mãe ensinou aos filhos a dar de comer da própria comida. Isto é um belo exemplo que me ajudou tanto”, disse Francisco.

Ele explicou que assim age também a Igreja, ensinando os fiéis a estarem sempre próximo dos mais necessitados, a exemplo dos doentes e presidiários.

“A misericórdia supera todo muro, toda barreira e nos leva a procurar sempre a face do homem, da pessoa. E é a misericórdia que muda o coração e a vida, que pode regenerar uma pessoa e permitir a ela inserir-se de modo novo na sociedade”.

O Santo Padre citou o exemplo da Beata Teresa de Calcutá e de tantos cristãos que não têm medo de estender a mão aos mais necessitados. Porém, ressaltou que é preciso fazer o bem com gratuidade, sem esperar nada em troca.

“Não basta amar quem nos ama. Jesus diz que isto fazem os pagãos. Não basta fazer o bem a quem nos faz o bem. Para mudar o mundo para melhor, é preciso fazer o bem a quem não é capaz de retribuir, como o Pai fez conosco, doando-nos Jesus”.

Devido ao calor, antes da audiência geral Francisco cumprimentou os doentes na Sala Paulo VI. Entre eles, havia um grupo de crianças albinas.

Catequese com o Papa Francisco sobre misericórdia

Queridos irmãos e irmãs, bom dia

No nosso itinerário de catequeses sobre a Igreja, estamos nos concentrando em considerar que a Igreja é mãe. Na última vez, destacamos como a Igreja nos faz crescer e, com a luz e a força da Palavra de Deus, nos indica o caminho da salvação e nos defende do mal.

Hoje gostaria de destacar um aspecto particular desta ação educativa da nossa mãe Igreja, isso é, como ela nos ensina as obras de misericórdia.

Um bom educador aponta para o essencial. Não se perde nos detalhes, mas quer transmitir aquilo que realmente conta para que o filho ou aluno encontre o sentido e a alegria de viver. É a verdade. E o essencial, segundo o Evangelho, é a misericórdia.

O essencial do Evangelho é a misericórdia. Deus enviou o seu Filho, Deus se fez homem para nos salvar, isso é, para nos dar a sua misericórdia.

Jesus diz isso claramente, resumindo o seu ensinamento para os discípulos: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). Pode existir um cristão que não seja misericordioso? Não.

O cristão necessariamente deve ser misericordioso, porque isto é o centro do Evangelho. E fiel a este ensinamento, a Igreja só pode repetir a mesma coisa aos seus filhos: “Sede misericordiosos”, como o é o Pai, e como o foi Jesus. Misericórdia.

E então a Igreja se comporta como Jesus. Não faz lições teóricas sobre amor, sobre misericórdia. Não difunde no mundo uma filosofia, uma via de sabedoria… Certo, o Cristianismo é também tudo isso, mas por consequência, reflexo. A mãe Igreja, como Jesus, ensina com o exemplo, e as palavras servem para iluminar o significado dos seus gestos.

A mãe Igreja nos ensina a dar de comer e de beber a quem tem fome e sede, a vestir quem está nu. E como faz isso? Com o exemplo de tantos santos e santas que fizeram isto de modo exemplar; mas o faz também com o exemplo de tantos pais e mães, que ensinam aos seus filhos que aquilo que sobra para nós é para aqueles a quem falta o necessário.

É importante saber isso. Nas famílias cristãs mais simples, sempre foi sagrada a regra da hospitalidade: não falta nunca um prato e uma cama para quem tem necessidade.

Uma vez uma mãe me contava – na outra diocese – que queria ensinar isto aos seus filhos e dizia a eles para ajudar e dar de comer a quem tem fome; ela tinha três filhos.

E um dia, no almoço – o pai estava fora a trabalho, estava ela com os três filhos, pequenos, 7, 5 e 4 anos, mais ou menos – e bateram à porta: era um senhor que pedia o que comer.

E a mãe lhe disse: “Espere um minuto”. Entrou e disse aos filhos: “Há um senhor ali que pede o que comer, o que fazemos?”.

“Demos a ele o que comer, mãe, demos a ele!”. Cada um tinha no prato um bife com batatas fritas. “Muito bem – disse a mãe – peguemos a metade de cada um de vocês e demos a ele a metade do bife de cada um”. “Ah não, mãe, assim não é bom!”. “É assim, você deve dar do seu”. E assim esta mãe ensinou aos filhos a dar de comer da própria comida. Este é um belo exemplo que me ajudou muito. “Mas não me sobra nada…”. “Dai do teu!”.

Assim nos ensina a mãe Igreja. E vocês, tantas mães que estão aqui, sabem o que devem fazer para ensinar aos seus filhos para que partilhem as suas coisas com quem tem necessidade.

A mãe Igreja ensina a estar próximo de quem está doente. Quantos santos e santas serviram Jesus deste modo! E quantos simples homens e mulheres, a cada dia, colocam em prática esta obra de misericórdia em um quarto de hospital, ou de uma casa de repouso, ou na própria casa, ajudando uma pessoa doente.

A mãe Igreja ensina a estar próximo a quem está preso. “Mas, padre, não, isto é perigoso, é gente má”. Mas cada um de nós é capaz…

Ouçam bem isto: cada um de nós é capaz de fazer a mesma coisa que aquele homem ou aquela mulher que está na prisão fez. Todos temos a capacidade de pecar e de fazer o mesmo, de errar na vida.

Não é pior que eu ou você! A misericórdia supera todo muro, toda barreira e te leva a procurar sempre a face do homem, da pessoa. E é a misericórdia que muda o coração e a vida, que pode regenerar uma pessoa e permitir a ela inserir-se de modo novo na sociedade.

A mãe Igreja ensina a estar próximo de quem está abandonado e morre sozinho. É aquilo que fez a beata Teresa pelos caminhos de Calcutá; e aquilo que fizeram e fazem tantos cristãos que não têm medo de estender a mão para quem está prestes a deixar este mundo.

E também aqui a misericórdia dá paz a quem parte e a quem fica, fazendo-nos sentir que Deus é maior que a morte e que permanecendo Nele mesmo a última separação é um “até logo”…

Beata Teresa havia entendido bem isto! Diziam a ela: “Madre, isto é perder tempo!”. Encontrava gente morrendo pelo caminho, gente que começava a ter o corpo comido por ratos das ruas, e ela os levava para casa para que morressem limpos, tranquilos, acariciados, em paz. Ela dava a eles o “até logo”, a todos estes.

E tantos homens e mulheres como ela fizeram isto. E eles os esperam, ali [aponta para o céu], na porta, para abrir a porta do Céu. Ajudar as pessoas a morrer bem, em paz.

Queridos irmãos e irmãs, assim a Igreja é mãe, ensinando aos seus filhos as obras de misericórdia. Ela aprendeu este caminho com Jesus, aprendeu que isto é o essencial para a salvação.

Não basta amar quem nos ama. Jesus diz que isso o fazem os pagãos. Não basta fazer o bem a quem nos faz o bem. Para mudar o mundo para melhor é necessário fazer o bem a quem não é capaz de nos retribuir, como o Pai fez conosco, doando-nos Jesus.

Quanto pagamos pela nossa redenção? Nada, tudo de graça! Fazer o bem sem esperar nada em troca. Assim fez o Pai conosco e nós devemos fazer o mesmo. Faça o bem e siga adiante!

Que belo é viver na Igreja, na nossa mãe Igreja que nos ensina estas coisas que Jesus nos ensinou. Agradeçamos ao Senhor, que nos dá a graça de ter como mãe a Igreja, ela que nos ensina o caminho da misericórdia, que é o caminho da vida. Agradeçamos ao Senhor.(Rádio Vaticano / Boletim da Santa Sé)

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