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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Balanço indica evolução do Ligue 180, agora disque-denúncia

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04/09/2015 10h00

Central de Atendimento à Mulher atingiu 532.711 registros em 2014 e totalizou quase 3,6 milhões de ligações criação do serviço, em 2005. Em 81% dos casos, agressores têm ou tiveram vínculo afetivo com vítimas
.
O balanço de 2013 do Ligue 180 indica que do total de 106.860 encaminhamentos para a rede de atendimento, 62% foram direcionados ao sistema de segurança e justiça.

A partir destes dados o serviço agora passou a ser um disque-denúncia. Isso lhe confere efetividade imediata, própria deste tipo de serviço — o que significa encaminhamento direto dos casos à Segurança Pública e à Justiça, entre outras providências.

A Central de Atendimento à Mulher atingiu 532.711 registros no ano passado, totalizando quase 3,6 milhões de ligações desde que o serviço foi criado, em 2005. Houve queda no total de ligações em 2013, por falta de uma campanha massiva e esgotamento do sistema frente à demanda.

Confira os principais pontos constatados no balanço:

Conversão em disque gera agilidade no atendimento

Com o novo formato, as denúncias recebidas são encaminhadas aos sistemas de Segurança Pública e Justiça de cada um dos estados e Distrito Federal.

Essa mudança significa tratamento às denúncias com maior agilidade e resolutividade. Relatórios dos atendimentos são encaminhados aos ministérios públicos estaduais.

Dessa forma, a central dá início à apuração das denúncias e mantém a função de prestar informação à pessoa que liga para o 180 sobre seus direitos, Lei Maria da Penha, como proceder e a quem procurar em cada caso. As ligações são gratuitas e o serviço funciona 24 horas.

Tipos de denúncias

De acordo com o levantamento do serviço, prestado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em 2013 o percentual de municípios de origem das chamadas subiu de 50% para 70%.

Cresceu também, em 20%, a porcentagem de mulheres que denunciaram a violência logo no primeiro episódio. Relatos de violência apontam que os autores das agressões são, em 81% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas.

A violência física representa 54% dos casos relatados e a psicológica, 30%. No ano, houve 620 denúncias de cárcere privado e 340 de tráfico de pessoas.

Foram registradas ainda 1.151 denúncias de violência sexual em 2013, o que corresponde à média de três ligações por dia sobre o tema.

Agressores são pessoas próximas

Em 62% dos casos que chegaram ao Ligue 180, a violência é cometida por companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas.

Os relatos de 19% apontaram como autores das agressões os ex-companheiros, ex-maridos e ex-namorados. Apenas 6% da violência têm como autores pessoas externas às relações afetivas.

Cresceu número de mulheres que denunciam no primeiro episódio

Houve aumento no número de mulheres que denunciaram a violência logo no primeiro episódio, chegando a 3.150 em 2013. O crescimento indica que as mulheres estão perdendo o medo de fazer denúncias assim que as agressões se iniciam.

O balanço sinaliza que a sociedade brasileira começa a se mostrar menos tolerante à violência contra a mulher. Um grande número de registros foi feito por mães (2.023) e vizinhos (2.211).

Quem ligou:

Cresceu número de mulheres que denunciam no primeiro episódio

O histórico do Ligue 180 revela que os laços afetivos são construídos sobre bases violentas, com uma frequência de agressões muito alta. A

s denúncias apontam que 25% das vítimas sofrem violência desde o início da relação. Em 22% dos casos, no período de um mês a um ano do relacionamento. Em 42% dos casos, a violência é diária. Em 32%, a ocorrência é semanal.

As vítimas ficam expostas a relações com seus agressores por um longo período. Em 38% dos casos, o tempo de duração do relacionamento corresponde a 10 anos. Isso significa que, em 19.673 registros de denúncias, as mulheres estão em contato com seus agressores por mais de uma década.

Agressões são rotineiras
Fonte: Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180/SPM

Risco de morte identificado em 42% dos casos

A percepção de risco de morte foi indicada em 42% dos relatos. A possibilidade de espancamento foi percebida em 16% e dano psicológico, em 17%.

Vítimas estão em período produtivo

O Ligue 180 foi majoritariamente procurado por pessoas do sexo feminino (88%) em 2013. Quanto à idade, 78% das mulheres estão na faixa etária de 20 a 49 anos, no período produtivo e reprodutivo.

A maioria das vítimas têm filhos (82%) e uma grande parte desses (64%) presencia a violência contra elas. Os filhos sofrem junto à mãe a violência em 19% dos casos que chegaram à central.

Pertencem a todas as faixas de escolaridade, com predominância do ensino fundamental em 31% e médio, em 29%; 9% no ensino universitário e 1% analfabeta.

Mídia cumpre papel estratégico para conhecimento do Ligue 180

De acordo com o balanço, a mídia tem papel fundamental no conhecimento do 180 pela população, e, portanto, contribui no combate à violência contra a mulher.
Pelo menos 52% das usuárias tomaram conhecimento do Ligue 180 pelos meios de comunicação em 2013. A televisão respondeu por 43% da procura pela rede de atendimento.

Amplia acesso do serviço pelos municípios

Dos 26 estados e DF, 23 tiveram mais de 50% de seus municípios com acesso ao serviço da SPM. Em 2013, o Ligue 180 chegou a 3.853 municípios, incluindo nesse atendimento 318 novas cidades.

As regiões Norte e Nordeste apresentaram aumento médio de 15% no número de cidades atendidas, em 2013, em relação ao ano anterior.

O levantamento revelou que o Ligue 180 foi acessado por municípios com população inferior a 10 mil habitantes. Houve aumento de 200 registros feitos por habitantes da zona rural, chegando a 4.644 em 2013. Essa interiorização significa que o atendimento está chegando a locais onde há carência de serviços especializados.

O Distrito Federal, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará e Pernambuco lideram o ranking com maior número de municípios atendidos pelo Ligue 180 no ano passado.

Os municípios que ocupam as primeiras posições em acesso à Central de Atendimento são Gabriel Monteiro (SP), Amapá (AP) e Sagrada Família.

Todos têm população menor que 10 mil habitantes. Essa informação revela que o Ligue 180 é conhecido em todas as regiões do País.(Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 / SPM Secretaria de Políticas para as Mulheres)

Divulgação

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