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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Dólar e demanda puxam venda de milho

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17/01/2015 14h00

As vendas de milho no Brasil ganharam um pouco mais de ritmo nas últimas semanas, favorecidas pelo dólar valorizado frente ao real e pela demanda aquecida, que elevaram as cotações internas.

A reação na comercialização é mais perceptível em Mato Grosso, maior produtor do país, onde já foram negociados 22,3% do grão que será colhido na próxima safra de inverno (a chamada safrinha), em meados do ano, estima o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Em janeiro de 2014, com preços em baixa, não havia registros de vendas antecipadas da safrinha no Estado.

“Tivemos bastante volume negociado principalmente em dezembro, quando o milho ficou acima de US$ 4,50 por bushel em Chicago”, diz Jerson Carvalho Pinto, da Diversa Corretora de Cereais, em Rondonópolis (MT).

Segundo ele, houve contratos para entrega em agosto sendo fechados a até R$ 19 por saca, a retirar na fazenda.

“Mas nos últimos dias, com os preços abaixo de US$ 4 por bushel em Chicago, as negociações têm saído a R$ 17,50, no máximo”, afirma.

Nas contas do Imea, o preço médio das vendas futuras em Mato Grosso ficou em R$ 15,60 por saca no mês passado, valor considerado “satisfatório”.

O desempenho da comercialização também se sobressai em relação a 2014, já que apenas em abril daquele ano o Estado chegou a 20% da safra negociada.

As vendas do milho desta última temporada também avançaram e chegam a 94,1% do total colhido, 4,1 pontos percentuais à frente de janeiro do ano passado.

A expectativa do Imea é que Mato Grosso, que concentra sua produção de milho no inverno, colha 14,59 milhões de toneladas, queda de 17,6% ante 2013/14, em função da menor área plantada.

No Paraná, segundo maior produtor de milho do país, a expectativa é de 4,6 milhões de toneladas na atual safra de verão (cuja colheita começará dentro de algumas semanas) e outras 9,9 milhões de toneladas no inverno, projeta o Departamento de Economia Rural do Estado (Deral).

A comercialização do milho paranaense também destravou, embora não esteja a todo vapor, segundo João Cláudio Pereira da Silva, da Zairam Corretora de Mercadorias, de Maringá.

“Nos últimos dias, têm saído vendas a mais, mas no geral ainda há lentidão. O produtor continua pensando em preços altos”, diz.

Para ele, a colheita da safra 2014/15 de soja – em fase inicial – tende a contribuir para a negociação do milho em estoque, uma vez que haverá disputa por espaço entre os dois produtos nos armazéns.

“Por outro lado, as atenções no porto estarão voltadas ao escoamento de soja a partir de agora, o que pode inibir a demanda”, afirma.

A Safras & Mercado estima que os paranaenses tenham comercializado cerca de 5% da safrinha de milho que vão colher em junho.

A média brasileira não passa de 20%, conforme a consultoria. Do milho que saiu dos campos na temporada passada, em torno de 80% já foram negociados no Paraná, média semelhante à do restante do país.

Na avaliação de Paulo Molinari, consultor da Safras, o produtor perdeu boas chances de negociação, apesar de o milho ter ficado acima de US$ 4 por bushel em Chicago, e do dólar ter batido R$ 2,70.

“Compradores no porto existem e, no mês passado, eles chegaram a pagar R$ 31 por saca, com entrega entre agosto e setembro. Hoje, esse valor não chega a R$ 28”, afirma.

De acordo com Molinari, muitos no mercado apostam que a demanda seguirá puxando os preços e o agricultor “vai perdendo o bonde” de venda.

“A demanda continua boa, em uma curva inalterada. Mas para os preços subirem mais, será preciso um grande fato novo, alguma quebra de safra no Brasil ou na próxima safra dos EUA”, prevê.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma colheita brasileira de 79,05 milhões de toneladas de milho na atual safra 2014/15, 1,1% abaixo do ciclo anterior.
(Canal do Produtor)

Canal do Produtor

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