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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Integração regional é saída para América Latina enfrentar crise

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26/11/2014 15h00

Integração regional é saída para América Latina enfrentar crise, diz ministro chileno

Momento em que Mercosul e Aliança do Pacífico buscam convergências é “histórico”, diz presidenta Michelle Bachelet ao abrir encontro dos dois blocos em Santiago.

A economia mundial, após a crise de 2008, está se estruturando em função de microrregiões altamente integradas, o que exige maior unidade entre os países interessados em zelar pelos interesses comuns da América Latina, a fim de avançar rumo a um desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, afirmou na segunda-feira (24) o ministro das Relações Internacionais do Chile, Heraldo Muñoz.

Por isso, acrescentou ele, é preciso aprofundar o comércio intrarregional entre a América Latina e o Caribe e aumentar a ainda escassa presença desses países nas cadeias globais de valor. As afirmações do ministro foram feitas durante o encontro entre representantes do Mercosul e da Aliança Pacífico, no Centro Cultural Gabriela Mistral (GAM), em Santiago, no Chile.

O país sedia o seminário “Diálogo sobre Integração Regional: Aliança do Pacífico e Mercosul”, que dá sequência à reunião entre chanceleres dos Estados-parte dos dois blocos, realizada em 1º de novembro, em Cartagena das Índias, na Colômbia.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil , Luiz Alberto Figueiredo Machado, participou do primeiro painel do seminário, ao lado dos chanceleres de outros países.

O encontro ministerial também conta com a presença de representantes de diversos organismos internacionais, do empresariado e da sociedade civil das nações envolvidas neste processo.

Na ocasião, Figueiredo destacou a importância da convergência entre os dois blocos, acima das diferenças econômicas e comerciais.

Segundo o Itamaraty, o fluxo de comercial entre os países do Mercosul e da Aliança do Pacífico alcançou US$ 52 bilhões em 2012.

Os investimentos entre os países dos blocos são expressivos. Em 2013, o Brasil investiu US$ 14,1 bilhões junto aos países da Aliança do Pacífico, ao passo que o conjunto dos países da Aliança investiu US$ 3,5 bilhões no Brasil.

O Mercosul busca a integração aduaneira de serviços e fatores produtivos entre Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Já a Aliança do Pacífico propõe uma estratégia de integração conformada por Chile, Colômbia, México e o Peru, com perspectivas de uma saída pelo Oceano Pacífico rumo também a mercados asiáticos.

Bachelet diz que momento é “histórico”

Para a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que abriu o encontro, esse é um “momento histórico, em que dois processos de integração se sentam para dialogar e encontrar convergências em temas que interessam a toda a região”.

“Somos uma região diversa e sabemos que isso também é uma riqueza, com caminhos distintos rumo ao desenvolvimento. Trabalhamos com políticas econômicas diferentes, temos enfrentado de diversos modos nossos desafios democráticos.

É justamente essa multiplicidade de olhares que pode dar solidez a nossa missão compartilhada com o mundo”, disse mais Bachelet.

Além do chanceler Heraldo Muñoz, Bachelet estava acompanhada de altas autoridades políticas e econômicas da América Latina.

O seminário contou com a intervenção do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que moderou o primeiro painel: “Integração entre a Aliança Pacífico e outros mecanismos regionais como o Mercosul e a Associação de Estados do Caribe (AEC)”.

O encontro em Santiago tem ainda a contribuição de associações de classe, sindicais, empresários, acadêmicos e representantes de organismos como a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) e a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

Diálogo para destravar economia

O chanceler chileno Heraldo Muñoz acrescentou que, neste momento, é preciso preservar o diálogo [econômico], em um contexto em que a economia mundial não consegue recuperar o dinamismo dos anos anteriores à crise de 2008.

“Vemos um estancamento na Zona do Euro, uma recessão no Japão e, ao mesmo tempo, uma recuperação insuficiente dos Estados Unidos”, destacou.

Segundo ele, a expansão da China também é afetada por fatores internos e externos, “caem os preços dos produtos básicos que nossa região exporta e a menor disponibilidade de liquidez [dinheiro] encarece nosso financiamento externo”.

O comércio mundial também vem se arrastando, mostrando uma expansão média anual baixa desde 2012, alertou.

Para ele, a integração entre os dois blocos não é uma opção, mas uma necessidade e, para que ocorra, é imperativo construir pontes entre as diferentes iniciativas de integração regional, como o Mercosul e a Aliança do Pacífico.

Participação da América Latina

O evento teve grande participação de chanceleres e representantes de Comércio Exterior dos países da América Latina, como Héctor Timerman, ministro de Relações Exteriores da Argentina; José Antonio Meade, secretário de Relações Exteriores do México; Gonzalo Gutiérrez, chanceler do Peru; Eladio Loizaga, do Paraguai; Luis Almagro Lemes, do Uruguai; e Carlos Raúl Morales Moscoso, da Guatemala, representando também os países do Caribe.

Na área econômica, estavam presentes o secretário de Economia de México, Ildefonso Guajardo; Gustavo Leite Gusinski, ministro da Indústria e Comércio do Paraguai; Magali Silva, ministra do Comercio Exterior e Turismo de Peru; Carlos Alberto Bianco, vice-secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina; Carlos Arturo Morales, vice-ministro de Assuntos Multilaterais da Colômbia; e o diretor-geral de Relações Econômicas Internacionais (Direcon) do Chile, Pablo Urria.

(Portal Brasil com informações do Itamaraty e do Ministério de Relações Exteriores do Chile)

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