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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Vereador critica desvalorização do avicultor na região

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17/04/2014 08h54 – Atualizado em 17/04/2014 08h54

Vereador critica desvalorização do avicultor na Grande Dourados

De Dourados

A crise na avicultura na região da Grande Dourados continua num grande impasse. De um lado, os pequenos avicultores, que a cada dia perdem espaço e são obrigados a desistirem da atividade. Do outro, as grandes indústrias, que centralizam toda a criação em aviários cujo produtor é praticamente obrigado a fazer investimento milionário para continuar a ser fornecedor. O assunto vem sendo discutido na região e já foi motivo de debate num encontro organizado pela Secretaria de Agricultura Familiar e Economia Solidária, em Dourados, há 15 dias, com a participação de avicultores da região. “Alguma coisa tem que ser feito com urgência. As grandes indústrias sufocaram o pequeno criador”, critica o vereador Luiz Cordeiro da Silva (PRP), de Fátima do Sul.

Metade dos aviários de pequenos criadores fecharam as portas em Fátima do Sul e, atualmente, cerca de 60 estão em atividade. Segundo Cordeiro, esses avicultores não tem garantia nenhuma por parte da grande indústria de que continuarão a fornecer o frango. “Da noite para o dia aviários estão fechando as portas porque os únicos compradores das aves são as grandes indústrias. Sem ter para quem vender, o setor amarga na região”, diz Cordeiro.

O novo modelo de produção adotado pela grande indústria preocupa os pequenos produtores. Essas empresas estão obrigando os criadores a adotar o modelo “Dark House (casa escura)”, com barracões automatizados de 32 mil frangos cada. Os anteriores eram de 14 mil. Cada complexo, formado por quatro módulos, custa R$ 2,7 milhões. “Um pequeno produtor não tem condições de fazer esse investimento. A grande indústria passou a adotar essa sistema para centralizar toda a criação em poucos criadores”, diz o vereador, que se mostra preocupado com a situação.

De forma paliativa, pois a grande indústria não dá nenhuma segurança, alguns criadores estão arriscando a modernizar os seus barracões em investimentos de até R$ 400 mil. Acontece que a qualquer momento a indústria pode encerrar o contrato e o criador amargar com a dívida no banco.

O criador Pedro de Melo Franco, da linha Barreirão, em Dourados, desistiu de investir no aviário. A grande indústria exigiu nova tecnologia e no banco ele já tinha conseguido a linha de crédito, de quase R$ 400 mil. “Antes de eu requerer esse financiamento, a indústria me informou que não daria garantia nenhuma que iria continuar a comprar o frango do meu aviário”, disse o criador. Sem garantia, ele parou com a atividade após dedicar sua vida há 19 anos na criação de frango. “Agora estou me virando, ganhando sustento numa pequena lavoura”, conta Pedro de Melo, ao informar que, com o fechamento do aviário, herdou ainda uma dívida de R$ 8 mil, de lenha e manutenção feita no aviário, atualmente abandonado.

Diferença

Segundo o vereador Cordeiro, os poucos criadores de frango que permanecem no mercado são tratados de forma diferenciada se comparado ao grande criador, que fez investimento milionário, para atender a grande indústria. A diferença estaria, de acordo com ele, no preço do quilo pago pelo frango. Ao pequeno criador a grande indústria paga entre R$ 0,40 e R$ 0,45 o quilo. Já ao grande chega a R$ 0,90. “Por que essa diferença se a qualidade do frango é mesma, a criação é a mesma?”, indagou o vereador.

Segundo ele, o criador recebe da indústria o pintinho e a ração, cabendo criar a ave até a hora do abate. O frango pode ficar pronto para o abate em 30 dias, o que segundo ele deveria ser investigado, dado ao crescimento acelerado da ave. O frango caipira leva seis meses para ser abatido.

Solução

Uma das soluções que começaram a ser discutidas na Grande Dourados é a criação de cooperativas para a produção e abate coletivos, como existe no Paraná. A ideia vem sendo amadurecida e segundo os produtores seria a única alternativa para que os pequenos criadores não fiquem refém da grande indústria.

Novas reuniões serão realizadas em Dourados, com a participação da classe política e de criadores da região, de forma a encontrar uma solução para a crise do frango.

Vereador Luiz Cordeiro cobra solução para a crise do frango na região. (Foto: Homero Torres)

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