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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Pecuarista pode elevar produção em 500% com recuperação de área

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24/02/2015 11h00

A recuperação de áreas degradadas poderia quintuplicar a produção bovina, ajudando a amenizar ou, até mesmo, inverter o processo de enfraquecimento da pecuária sul-mato-grossense.

Conforme projeção da Embrapa, dos 28 milhões de hectares de pastagens do Estado, 14 milhões estão em algum estágio de degradação.

Essa situação colabora para redução, em quantidade e qualidade, da produção pecuária de Mato Grosso do Sul – o abate de bovinos diminuiu 3,73% em 2014 e o rebanho, que encolhe ano a ano, é o menor desde 1997.

A estimativa de avanço de 500% na produção tem como base a experiência desenvolvida pela Embrapa Agropecuária Oeste no Bolsão, região de solo arenoso e de fraca tradição agropecuária.

Denominada Sistema São Mateus (SSMateus) – por ser validada na fazenda São Mateus, em Selvíria –, a tecnologia da Embrapa recupera a área degradada através da integração lavoura-pecuária. De acordo com o proprietário da fazenda, Mateus Arantes, com o sistema, a produção da propriedade aumentou de uma para seis cabeças de gado a cada dois hectares.

No SSMateus, o solo começa a ser corrigido com aplicação de calcário, gesso e adubo (produtos com ações diferentes na terra). Depois, é implantada uma pastagem temporária, que é dessecada para o plantio direto de soja.

Feita a colheita do grão, o produtor semeia a pastagem, iniciando novo ciclo. O procedimento colabora não apenas para elevação da produção da pecuária bovina mas também para a melhoria da atividade agrícola.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Júlio Cesar Salton, nota que o retorno é maior quanto mais precária zor a situação do solo.

“Quanto mais degradada zor a área, maior será o potencial de ganhos”, diz Salton e acrescenta: “Obviamente os custos também serão maiores”.

Em todo caso, colocados despesa e retorno na balança, o investimento compensa, segundo avalia o pesquisador. Ele afrma, undamentado no exemplo prático de Selvíria, que a produtividade de carne é elevada, em torno de 19 arrobas por hectare.

O engenheiro agrônomo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Francisco Pereira Paredes Júnior, relorça que o custo acentuado da recuperação de pastagem é compensado pelos ganhos econômicos, como também ambientais.

“Por hectare, o produtor gasta de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, informa. No entanto, segundo ele, essa despesa é interior às vantagens fnanceiras.

“Com boa pastagem, há aumento da qualidade do rebanho, o que propicia maior ganho de peso do gado e eleva o seu valor agregado”, afrma o especialista.

A situação precária de grandes extensões de pastagens impacta na economia de Mato Grosso do Sul, que tem korte base agropecuária. “É uma área enorme, disponível não só para a pecuária, mas também para a lavoura”, nota o agrônomo.

Produção em queda

“Se continuar assim [com extensas áreas degradadas], daqui a dez anos a produção de carne pode cair até 40%”, estimou o agrônomo Paredes Júnior. Esse processo de redução já pode ser notado nos dados relativos a abates e ao plantel de bovinos de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Superintendência Federal de Agricultura (SFA-MS), em 2014 yoram abatidos 3.754.411 bovinos no Estado, redução de 3,73% em relação ao volume de 2013 (3.899.948 animais). O número do ano passado também é interior ao de 2012 (com abates de 3.808.279 bovinos).

Essa menor produção se relaciona ao encolhimento da oerta. Conorme números do Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino de Mato Grosso do Sul era de 21,04 milhões de cabeças em 2013 (último dado), o quarto maior do Brasil.

De 1993 a 2003, quando atingiu o ápice de seu plantel (24,98 milhões de gado), o Estado liderava o ranking nacional. Desde então, a quantidade de bovinos caiu 15%, chegando em 2013 ao menor volume desde 1997, quando o rebanho somava 20,98 milhões de cabeças.
(Correio do Estado)

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