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sábado, 27 de abril de 2024

Kadiwéu assume Saúde Indígena com 70% da frota sucateada

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17/07/2014 06h51 – Atualizado em 17/07/2014 06h51

Kadiwéu assume Saúde Indígena com 70% da frota sucateada

Índio kadiweu assume comando da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS) e já anuncia plano emergencial para resolver principais “gargalos”

Valéria Araújo

A Saúde indígena está com 70% da frota sucateada. A informação é do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Fernando de Sousa. Segundo ele, dos 180 veículos destinados à Saúde nas aldeias, 100 estão parados nos pátios. Em Dourados, dos 30 veículos existentes, 40% estão sucateados.

É neste quadro de crise que assume o comando da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-MS), o primeiro indígena à frente da pasta.

Trata-se do kadiweu Ilário da Silva, que é da cidade de Porto Murtinho.
Assim que tomou posse, na semana passada, anunciou um plano emergencial para resolver os principais “gargalos” da Saúde Indígena do estado.

Dentre eles, a lojistica de transporte de pacientes e a falta de abastecimento de insumos e medicamentos nos postos de Saúde.

Segundo Fernando de Sousa, um acordo firmado no final do ano passado com o Ministério da Saúde garante os investimentos para a Saúde Indígena. A Sesai deve entregar um relatório sobre a crise nas aldeias em 10 dias para análise do Governo Federal, que já teria se comprometido em resolver o problema.

Em relação às viaturas sucateadas, Fernando de Souza diz que que a população indígena está ficando sem respaldo na área de saúde. Em Dourados, por causa da falta de transporte, as equipes que fazem atendimento nas aldeias estariam enfrentando dificuldades para chegar lá. “Alguns grupos precisam pegar carona com outros para se deslocar até a reserva. Em outras situações, um grupo vai para a aldeia e o carro volta para buscar outro. O serviço se torna demorado”, destaca.

Há um ano o presidente também alertou para outro grave problema. As viaturas que transportam pacientes, não são esterelizadas. “Não há serviço de lavagem. Por isto é comum encontrar sangue e vísceras humanas nos carros, gerando riscos de infecções diversas”, denuncia.

Ele lembrou ainda que praticamente 100% dos agentes que atuam na Reserva não dispõem de material completo, como as mochilas de materiais e bicicletas. “Muitos atuam com veículos próprios e materiais comprados por eles via ‘vaquinha’”, destaca.

Solução

Fernando diz que além do Plano de emergência, outro fator positivo nas reservas é que a 5ª Conferência Saúde Indígena, que acontece esta semana em Brasília, já sinalizou positivamente 35 projetos de Mato Grosso do Sul para melhorar o atendimento no setor.

Em nível nacional está sendo discutida a implantação de uma política especial da Saúde indígena que prevê a desburocratização no abastecimento das Unidades de Saúde, compra de materiais e manutenção de serviços básicos.

“Hoje existe uma burocracia enorme que faz com que os insumos atrasem e os postos fiquem desabastecidos. O processo de reposição destes materiais é longo e muitas vezes quem vai na Unidade de Saúde não tem tempo a perder. Esta demora pode custar uma vida. Por causa disso, tudo será analisado e formará uma grande proposta que servirá para mudar a política de Saúde indígena em todo o território nacional”, explica.

Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Fernando de Sousa

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