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sábado, 27 de abril de 2024

Presos em cela semelhante a jaula são transferidos para presídio

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16/07/2014 16h14 – Atualizado em 16/07/2014 16h14

Dourados Agora

Os cinco presos que estavam “enjaulados” em uma “cela” improvisada na delegacia de polícia de São Gabriel do Oeste já foram transferidos para unidades prisionais na manhã desta quarta-feira, sendo dois para Campo Grande e três para Coxim.

A transferência emergencial só aconteceu após uma denúncia do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), realizada nesta segunda-feira, após uma visita de rotina do sindicato, que apontou inúmeras irregularidades na delegacia, entre elas a situação de presos em jaulas há mais de 20 dias, sem acesso ao banheiro, comida espalhada pelo chão, mau cheiro e uma realidade totalmente desumana, além da falta de efetivo que expõe os policiais a situações de risco.

Para o presidente do Sinpol-MS, Alexandre Barbosa, este cenário caótico em que vive o estado de Mato Grosso do Sul se deve a falta de investimento na segurança pública, que por sua vez atinge o sistema carcerário, que não tem vagas para abrigar os presos e acaba afetando as esferas da força policial, e consequentemente deixa a sociedade a mercê da criminalidade e vivendo sem segurança.

Barbosa ainda frisa a falta de efetivo policial. “Nesta situação o policial estava totalmente exposto, pois ao tirar o preso para levá-lo ao banheiro corria sério risco de ser surpreendido por outro e acontecer uma fuga. É humanamente impossível, um policial de plantão dar conta de dezenas de presos”.

A diretoria do Sindicato relata que inúmeras delegacias passam por esta situação, de ter que “ficar” com presos, por dias… meses, até que o mesmo seja encaminhado para o presídio, mas que não pode permitir que uma situação como esta aconteça e ninguém faça nada. “Delegacia de polícia não é presídio, e não tem condições de abrigar presos. Além disso, policial não foi treinado para cuidar de presos, isso já falamos inúmeras vezes”, explanou o presidente.

Falta de efetivo

Enquanto o caos se generaliza, e a insegurança paira sobre a população sul-mato-grossense, 579 novos policiais civis (491 investigadores e escrivães, 50 papiloscopistas e 38 peritos) aguardam início do curso de formação, que vem sendo postergado pelo governo do estado há dois meses. Segundo o sindicato, no estado seriam necessários 2.400 policiais civis, e hoje conta com pouco mais de 1.300 escrivães e investigadores ativos.

Um levantamento feito pelo Sinpol aponta que de 2007 para cá saíram da polícia civil 435 (investigadores e escrivães), e entraram por meio de concurso 288, ficando um déficit de 147. “São seis anos, e apenas 288 novos policiais, ou seja, dos 491 que vão entrar, 147 deles entram para cobrir um déficit. O estado fica devendo para a segurança pública mais de 750 policiais”, finaliza Barbosa.

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