26/02/2015 08h15 – Atualizado em 26/02/2015 08h15
Flávio Verão
Não há nenhum tipo de acordo oficial entre o governo federal e caminhoneiros para pôr fim de bloqueio das rodovias em todo o país. A informação é do diretor financeiro da Coopersul – Cooperativa de apoio aos transportadores rodoviários autônomos de Mato Grosso do Sul, Luiz Adriano Melo. “O governo está noticiando inverdades que há um acordo, mas isso tudo é mentira”, disse ao Dourados Agora.
Ontem, após reunião no Ministério dos Transportes, que iniciou no período da tarde e se estendeu para parte da noite, governo e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representada por 11 presidentes sindicais de caminhoneiros, chegaram a um acordo, no entanto, as lideranças que assinaram uma ata para pôr fim a paralisação deixaram claro que a desobstrução das rodovias depende dos caminhoneiros. Eles alegaram que o movimento é autônomo e cabe aos Sindicatos apenas repassar o acordo.
Por conta disso a paralisação continua em todo o país, principalmente por parte dos caminhoneiros autônomos e cooperativas. Apenas as centrais sindicais deixaram de apoiar o protesto, para escapar da multa imposta pela justiça. Em Dourados, por exemplo, os trechos bloqueados ampliaram nesta quinta-feira. Até ontem era 4 e hoje passa a ser 8.
De acordo com Luiz Adriano, o movimento, a partir de agora, ficará ainda mais fortalecido. “A categoria está unida e a proposta apresentada pelo governo não condiz com aquilo que pleiteamos, que é a redução do preço do diesel”, explicou.
Pela proposta, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro e criar, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, uma tabela referencial de frete. Nesse item, os representantes dos caminhoneiros pediram que o governo atue na mediação com os empresários. Não se falou em redução do diesel, foi mencionado apenas que o preço será “congelado”.
Bloqueio
Em Dourados, além dos pontos que já haviam bloqueio, sendo um trecho da BR-463, entroncamento para Laguna Carapã, dois trechos da BR-163, saída para Fátima do Sul e Caarapó (trevo da bandeira) e, no Anel Viário, próximo à penitenciária estadual, haverá ainda outros quatro pontos de bloqueio.
O diretor da Coopersul informou que os outros trechos bloqueados são: BR-163 (próximo a Taurus), BR-163, na Vila Sapé; BR-163, na Vila São Pedro, entroncamento da MS-282; e a própria MS-282, interior do distrito de Indápolis. Todos esses trechos pertencem a Dourados.
