20/12/2014 11h46 – Atualizado em 20/12/2014 11h46
Assessoria
Integrantes das famílias Alves, Fernandes, Ferreira, Além, Ortiz, Benitez e Cabreira realizarão o primeiro encontro de seus membros em Dourados nesse domingo. Os parentes fazem parte de um dos troncos gerados de ex-soldados brasileiros e de um paraguaio que lutou na Guerra do Paraguai (1864-1870).
A idéia foi dos tataranetos dos ex-combatentes, que querem fazer do evento uma tradição entre eles. “De certa forma a história da família está muito ligada com a do próprio Mato Grosso do Sul. Temos parentes em todas as regiões do Estado, mas, o grosso do nosso pessoal está hoje em Dourados, para onde nossos avós, netos dos fundadores vieram levar a vida e onde nós, hoje também vivemos”, explicou Helton Costa, um dos colaboradores do evento.
A história
Segundo ele, pelos dados levantados até o momento, após a Guerra do Paraguai, o soldado José Maria Cabreira mudou-se para região do “Copo Sujo”, entre Ponta Porã e Maracaju, para trabalhar na fazenda da família Correia. Ali conheceu Magdalena Ferreira, parente de peões de Minas Gerais trazidos pelo proprietário das terras, um ex-oficial de logística do Império.
Para lá também foram Theodoro Ferreira, um “Voluntário da Pátria”, ex-escravo no Piauí que se casou, após a guerra, em Concepción, Paraguai, com Anna Ortiz, moradora local.
Na fazenda encontrou outro ex-combatente, o baiano Jonas Alves, que era casado com a argentina de Corrientes, Maria Paula Além. Todos foram vizinhos de José Ferreira, que era um dos peões mineiros que já moravam lá e da esposa dele, a também paraguaia Maria Euzébia Ortiz.
A geração dos filhos desses casais morou na fazenda também. Foi somente na geração dos netos que as famílias começaram a deixar a propriedade rural.
Hoje, há membros da família em várias cidades do Estado, mas, principalmente em Ponta Porã, Marcaju, Antônio João, Caarapó, Campo Grande, Dourados, Jardim e Bonito.
“Tenho muito orgulho de nossa história e acho que o pensamento entre os outros parentes é o mesmo. Não é uma história contada de cima para baixo, porque nossa família não é e nunca foi rica. Sempre fomos o ‘povo’, o povo que ajudou e ajuda na formação dessa identidade em construção do MS.
Nascemos de uma guerra (que esse anos completa 150 anos) com três nacionalidades que participaram do conflito e depois dela, nossos antepassados tiveram uma vida muito sofrida. Cabe à nossa geração lembrar que mesmo aqueles que não são nomes de rua ou prédios públicos também existiram e deram o sangue, literalmente, por esse país ou defendendo seus ideais (os paraguaios, por exemplo), tanto quanto os que são homenageados como heróis da nação”, defende Helton Costa.
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