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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Índios fecham anel viário por tempo indeterminado após morte

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22/09/2015 16h52 – Atualizado em 22/09/2015 16h52

Indígenas fecham anel viário por tempo indeterminado após atropelamento com morte

Lideranças afirmam que ninguém vai passar até que haja redutor de velocidade em cinco acesso à Aldeia Bororó; até agora, 10 indígenas morreram atropelados e outros ficaram feridos

Flávio Verão

Após atropelamento com morte na tarde desta terça-feira (22) no anel viário em Dourados, entre o bairro Monte Carlo e Aldeia Bororó, indígenas fecharam a rodovia. O clima está tenso e a comunidade volta a cobrar redutores de velocidade.

Segundo lideranças, o caiuá Miguel Brites, 57 anos, cruzava a rodovia quando foi atropelado por uma carreta Mercedes Benz, carregada de pedra brita. Miguel estava de bicicleta e foi socorrido em estado grave ao Hospital da Vida, porém não resistiu e morreu.

O clima é de revolta no local. O agricultor guarani Aderson Machado, de 47 anos, morador na aldeia Bororó, diz que o anel viário, também conhecido como perimetral norte, permanecerá fechado por tempo indeterminado. “Já derramou muito sangue nessa rodovia e está na hora de acabar”, disse ele, que na companhia de amigos colocou tronco e galhos de árvores na rodovia.

Segundo o guarani, as lideranças só vão liberar a pista e o caminhão que atropelou Miguel quando começaram as obras dos redutores de velocidade no anel viário, entre as rodovias MS-156 e Guaicurus, em cinco acessos à Aldeia Bororó.

Ano passado a comunidade indígena foi até o gabinete do ex-governador André Puccinelli pedir redutor de velocidades. Porém, segundo Anderson Machado, foram atendidos com o sistema de sonorizadores, dispositivo sobre a superfície da pista, de modo que provoque ruído quando o veículo passa sobre ele, alertando o condutor para uma situação atípica à frente.

“Queremos quebra-molas para passagem de pedestre, como existe na MS-156, que também corta a reserva indígena. Não adianta esse outro dispositivo no anel viário, porque não reduz velocidade”, afirmou ele revoltado com a situação. Segundo ele, dez indígenas já morreram naquele trecho, fora os que ficaram feridos.

Após o acidente, o condutor da carreta permaneceu no local e precisou ser escoltado pela Força Tática da Polícia Militar, sendo encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. O veículo continua no local e os indígenas dizem que vão retê-lo enquanto não for definido redutores de velocidades adequados.

Conforme o motorista, ele jogou a carreta para o lado, para não atingir o indígena que acabou, também, jogando a bicicleta em direção à carreta.

Além do bloqueio no local do acidente, que recebe veículos da MS-156 e da BR-163, os indígenas também fecharam outro trecho do anel viário, nas imediações da rodovia Guaicurus. Equipe da Polícia Militar Rodoviária acompanha o bloqueio.

Indígenas bloquearam rodovia após atropelamento com morteFoto: Cido Costa/Douradosagora

Indígena foi atropelado quando tentava cruzar rodoviaFoto: Cido Costa/Douradosagora

Indígenas fizeram

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