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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Com temáticas indígena, nordestina e desigualdade, alunos da UFGD vão à Bienal

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28/01/2015 10h20 – Atualizado em 28/01/2015 10h20

Douradosagora

Três trabalhos de acadêmicos da UFGD fazem parte da programação da 9ª Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes), um dos maiores festivais estudantis da América Latina, que este ano acontece de 1 a 6 de fevereiro, na cidade do Rio de Janeiro.

Dentro das categorias Literatura e Artes Cênicas, a UFGD é a única a representar o estado de Mato Grosso do Sul. Foram selecionados um conto: “A felicidade em ser”; e duas peças teatrais de rua: “Cantigas dum fazedô” e “Amizade é uma coisa, farinha é outra”.

Este ano, a Bienal apresentará o tema #vozesdobrasil, um convite à reflexão sobre a língua como elemento da identidade cultural brasileira: a língua portuguesa e suas variações, os idiomas de origem negra e indígena, a relação entre a fala e a escrita e a língua em seus amplos contextos e lugares sociais.

Sinopses

Em total conformidade com o tema, “Cantigas dum fazedô” é uma cena curta adaptada do clássico “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto. Produtor da cena, Tig Vieira explica que o “Cantigas” exalta o poder humano em encontrar melodia até no silêncio da alma, porque muitas são as maneiras de se cantigar.

Já “Amizade é uma coisa, farinha é outra” conta a história de um trabalhador do campo que se orgulha de ter como melhor amigo um falador rico e proprietário de terras da região. A peça propõe uma reflexão sobre as relações entre simplicidade e exploração e egoísmo e ingenuidade, expondo as consequências das diferenças sociais.

O outro trabalho a ser apresentado na Bienal, “A Felicidade em ser”, foi escrito especialmente para o evento. O conto apresenta um adolescente indígena que mora na cidade de São Paulo e sofre com o preconceito na escola e na sociedade. Seu lema é como se transformar no que a visão civilizatória pensa que é ser um índio autêntico. Quando se muda para a cidade de Dourados, pensa que terá sua grande oportunidade de se aproximar de suas raízes e antepassados, mas descobre que ser índio em uma aldeia é tão complicado quanto ser índio em uma cidade grande. Diante da realidade indígena e pela sua decepção com seu povo, ele decide não ser índio, nem ser branco, decide ser feliz.

Motivações

Cristiane Almeida, autora do conto, explica quais motivos a inspiraram a compor o trabalho e levar a temática indígena para o encontro de estudantes. “Ele foi baseado em realidades presenciadas aqui no MS e também em SP. O objetivo não é defender demarcações ou direitos indígenas, nem culpar não-índios pelas misérias que sofrem esse povo, mas tentar compreender o quanto se tornou complicado ser índio num país que deveria respeitar e apoiar aqueles que deram o sangue para o crescimento do Brasil. Refletir, enfim, sobre o que o índio pensa, suas emoções e incertezas e não apenas discutir sobre suas necessidades materiais”.

Surpreso com os trabalhos aprovados para o evento que reúne estudantes do país inteiro, Antônio Martins, acadêmico que atua em uma das peças selecionadas e faz participação na outra, acredita que muitas companhias teatrais sonham em se apresentar no Rio de Janeiro, por ser um dos polos desse mercado de trabalho e um dos maiores centros artísticos do Brasil. Para ele, apresentar no MS sempre tem um gosto especial, mas a expectativa em se apresentar na Bienal é grande devido ao retorno e críticas construtivas ao trabalho.

“A maior importância em apresentar o espetáculo na Bienal da UNE é o acréscimo no meu currículo artístico. Isso sem falar da satisfação em saber que os organizadores se interessaram pela sensibilidade do nosso trabalho, afinal, no “Cantigas dum fazedô”, nós falamos sobre pessoas severinas do nordeste para pessoas severinas de todo o país”, resume Antônio.

Trabalhos de acadêmicos da UFGD fazem parte da programação da 9ª Bienal da UNE

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