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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Quando é mais fácil ser correto no mundo virtual – por Bruna Adenice

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02/09/2014 08h10 – Atualizado em 02/09/2014 08h10

Quando é mais fácil ser correto no mundo virtual

Bruna Adenice*

Realmente não se pode negar que vivemos numa sociedade em que o mundo virtual é mais bonito e justo. Nas redes sociais, vemos a população sempre se manifestar de forma “politicamente correta”. Os internautas são favoráveis à igualdade entre sexos, religiões e questões raciais, ou seja, todos defendem uma sociedade igualitária e, a todo instante, aderem as “campanhas” para enfatizar seus posicionamentos.

Contudo, vale refletir que, infelizmente, muitas dessas opiniões se restringem à tela do computador e que, de fato, não correspondemà realidade. Quer prova mais evidente disso no que diz respeito ao racismo? Se, na internet, todos se mostram contrários a essa abominável prática, no universo real as coisas não funcionam bem assim. A todo o momento vemos atitudes racistas acontecerem e que acabam se tornando comuns a nossa realidade e, passando despercebidos.

O que mais causa indignação é o fato da situação ser tratada com desdém e só ser discutida vez ou outra, quando alguma pessoa pública sofre tal ofensa. Causa-se um burburinho e, tão logo, caí no esquecimento. O caso envolvendo jogadores de futebol sintetiza bem a situação vergonhosa a que se trata o racismo. Há pouco tempo atrás o estopim foi o caso de Daniel Alves. O caso virou um furdunço e não demorou em surgir campanhas na net em sua defesa. Anônimos e famosos apareceram tirando fotos com bananas e estampando legendas de “somos todos macacos”… É,pena que esse apoio da grande maioria restringiu-se apenas à “modinha” do momento e, como em outros casos, foi logo deixado de lado.

Agora novamente o tema vem à tona. Torcedores gremistas proferiram frases ofensivas ao goleiro do Santos, Aranha. Como já era de se esperar, o caso vem tomando conta dos noticiários e o destaque aparece para a indignação popular. Contudo, é lastimável que essa revolta continue sendo apenas uma coisa de momento ou de redes sociais, em que pessoas hipócritas e preconceituosas tecem comentários revoltados a tal situação, mas que fora do mundo virtual agem de modo totalmente diferente. Como aceitar que, em pleno século XXI, ainda haja esse tipo de gente, movidas por estereótipos arcaicos.

Porém, é fundamental que a revolta não seja para parecer correto ou para ditar moda. Chega de mostrar revolta em redes sociais e se portar de maneira diferente. É fato que, na internet, podemos ser e pensarmos o que quisermos e, na realidade, não agirmos assim. É inadmissível concordar com uma sociedade que faz fotos no Facebook com banana e todo um discurso de indignação, mas que vai a estádios e profere injúrias ao outros única e simplesmente por sua cor. Não podemos nos tornar reféns disso e, muito menos, do calor do momento. Temos, sim,que discutir a presença do racismo, independente de quando for. Não devemos esperar aparecer um fato novo para tocar nesse assunto. É ridículo aceitar o fato de estarmos num mundo que “mascara” essa prática. Que discutir racismo vá muito além de modismo. A sociedade agradece.

*Acadêmica do 6° semestre do curso de Jornalismo da UNIGRAN.

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