Apesar dos bancos oferecerem atendimento eletrônico para quase todos os tipos de transações, quem tem dinheiro para sacar do FGTS e do seguro-desemprego encontra dificuldade nas instituições públicas
Douradosagora – 30/09/2016 07h21
fotos: Cido Costa/Douradosagora
Sem acordo entre a Confederação Nacional dos Bancos do Brasil (Fenaban) e os bancários, a greve entra hoje no 25º dia. A paralisação já é a segunda mais longa desde 2004, quando chegou a 30 dias.
O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na própria mesa de negociação, por considerar insuficiente, com perdas para os trabalhadores e orienta que os sindicatos realizem assembleias em suas bases, na próxima segunda-feira, para debater e organizar os rumos do movimento.
Segundo o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, as agências continuarão fechadas. “A Fenaban propôs acordo de dois anos e quer manter os 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,5 mil, agora em 2016, e reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, em 2017”, diz a nota divulgada pela categoria.
De acordo com o sindicato, em Dourados e Região, 100% das agências continuam fechadas, funcionando apenas os caixas eletrônicos para coletar depósitos e realização de operações de transferência e saques de valores.
O Comando Nacional dos Bancários reiterou que continua à disposição da Fenaban para ter uma proposta que permita resolver a Campanha Nacional sem perdas para os bancários e bancárias.
“Os bancos perderam uma excelente oportunidade de resolver a greve mantendo a proposta que provoca perdas nos nossos salários. Fica cada vez mais evidente que é uma decisão tomada fora da nossa mesa de negociação e que dialoga com a intenção de promover uma redução dos salários para atender ao ajuste fiscal que está sendo imposto por este governo.
Desde o início da nossa campanha, dissemos que o setor financeiro teve lucros fabulosos e que poderia atender, confortavelmente, às nossas reivindicações. Só um acordo estranho às nossas relações de trabalho poderia explicar esta tentativa de reduzir salários”, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Confederalção Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
“Quando os bancos propuseram um acordo de dois anos, deixamos claro que não poderia trazer perdas e que ainda precisaria contemplar emprego, saúde, vales, creche, piso, igualdade de oportunidades, segurança. Nada disso entrou na negociação da última quarta-feira”, disse o presidente da Contraf.
ALTERNATIVAS
Além das casas lotéricas, os usuários podem utilizar os serviços de algumas farmácias, caixas de alguns supermercados e grandes redes de eletrodomésticos.
A Sicredi, cooperativa financeira, atende normalmente das 9h às 15h, no entanto devido à grande procura para pagamentos de contas, mudou o funcionamento, que nesses dias de greve das agências bacárias funciona das 9h às 14h.
Apesar dos bancos oferecerem atendimento eletrônico para quase todos os tipos de transações, quem tem dinheiro para sacar do FGTS e do seguro-desemprego encontra dificuldade nas instituições públicas. Aqueles que não têm conta na Caixa sofrem mais.
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