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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Vereador pagou R$ 100 mil para evitar vazamento de imagens

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19/04/2015 08h00 – Atualizado em 19/04/2015 08h00

Correio do Estado

investigação que apura envolvimento de políticos em suposto crime de pedofilia começou no início deste mês, quando uma pessoa ligada ao empresário Luciano Roberto Pageu teria extorquido o vereador Alceu Bueno (PSL) depois de ter acesso a imagens do vereador praticando relações sexuais com duas adolescentes. O ex-vereador Robson Leiria Martins, também foi indiciado por extorsão, mas segundo a defesa, ele tomou conhecimento do caso depois de Alceu pedir auxílio advocatício para ele.

O Portal Correio do Estado teve acesso ao inquérito aberto pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca).

Conforme a investigação, no final do mês passado, um ex-funcionário do empresário Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, teria tido acesso às imagens de adolescentes junto ao vereador Alceu Bueno. Os arquivos teriam sido repassados para o ex-funcionário por uma suposta cafetina, que teria ficado revoltada depois que duas adolescentes que se prostituíram acabaram sendo levadas para a delegacia.

Com as imagens em mãos, o ex-funcionário procurou Luciano e esse, por sua vez, procurou o vereador Alceu Bueno, levando ao conhecimento dele as imagens. “Deus te blindou, caíram umas meninas que iriam te extorquir, mas por acaso essas meninas estavam hospedadas na casa de um funcionário meu”, teria dito Luciano ao vereador, segundo depoimento de Alceu à Polícia Civil.

Diante da situação, Alceu teria acionado o ex-vereador e também advogado Robson Martins para aconselhá-lo no caso. De acordo com o inquérito, Robson tomou a frente nas negociações com o ex-funcionário de Luciano, que inicialmente teria pedido R$ 1 milhão para não divulgar as imagens.

Os valores foram sendo negociados entre Robson e Luciano Pageu, que confirmou a Alceu que teria mandado o ex-funcionário para o interior de São Paulo. Evitando, assim, o contato com Bueno.

À polícia, o vereador afirma que Robson Martins teria feito uma “lavagem cerebral” nele, o orientando a pagar a quantia que o funcionário de Luciano solicitava. Para dar “um cala boca” no responsável pela extorsão, o vereador Alceu Bueno disse à polícia ter pago R$ 100 mil a Robson e Luciano.

Segundo a investigação, a quantia foi paga em espécie, depois que o vereador vendeu bens e contraiu empréstimos com conhecidos.

Depois de receber a primeira quantia, a dupla teria solicitado mais R$ 50 mil ao vereador, em duas parcelas. No fim das negociações, o valor caiu para R$ 27 mil e depois para R$ 15 mil.

Na última quinta-feira (16), um novo encontro entre o vereador, Luciano e Robson ocorreu, foi quando Alceu Bueno denunciou a extorsão à polícia e os dois acabaram presos em flagrante.

Luciano, Robson e Alceu prestaram depoimento ao delegado Paulo Sérgio Lauretto. O vereador foi ouvido e liberado e os dois supostos envolvidos na extorsão continuam presos preventivamente.

DEFESA

O advogado que representa Luciano e Robson, Ramão Sobral, disse ao Portal Correio do Estado que já entrou com o pedido de liberdade. “O Robson foi contratado como advogado para defender o Alceu, ele não envolvimento com extorsão”, disse o advogado.

A reportagem tentou contato com o vereador Alceu Bueno, mas nenhuma ligação foi atendida.

Por conta da extorsão, vereador vendeu bens e contraiu empréstimos - Foto: Divulvação

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