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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Simpósio disponibiliza estudos sobre sustentabilidade da cana

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28/11/2014 10h00

O 2º Simpósio da Ciência do Agronegócio (SustenAgro) aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), entre 12 e 13 de novembro.

Promovido pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócio (Cepan) com o apoio da Fundação Capes, o tema central abordado foi “Cadeias Globais de Suprimento no Agronegócio”.

Pesquisadores do Projeto SustenAgro, que buscam desenvolver uma nova metodologia para avaliar a sustentabilidade dos sistemas de produção, inicialmente, de cana-de-açúcar e soja, liderado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) apresentaram vários trabalhos importantes para setor canavieiro nesse simpósio.

O SustenAgro prevê o levantamento de dados dos sistemas de produção mais representativos dessas culturas nas regiões e microrregiões do Centro Sul do Brasil.

O projeto visa equacionar as principais questões referentes a esses sistemas produtivos, de modo a possibilitar a utilização racional dos recursos naturais para suprir as necessidades presentes e garantir o suprimento das gerações futuras.

Pesquisa

Um dos trabalhos da Embrapa Meio Ambiente, feito por Kátia de Jesus e Sérgio Torquato, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA (Tietê, SP), debateu a evolução da mecanização da colheita de cana-de-açúcar em São Paulo.

O sistema produtivo da cana-de-açúcar possui particularidades agronômicas com repercussões relevantes sobre o manejo da cultura.

Com o advento do Protocolo Agroambiental firmado entre Governo e setor (Unica e Orplana) e as vantagens associadas à mecanização, o setor canavieiro paulista iniciou uma jornada de mudança de um sistema de produção substituindo o uso da queima, como forma de facilitar a colheita da cana-de-açúcar, para um sistema de produção com uso de máquinas.

Este processo trouxe várias consequências e impactos, tanto negativos quanto positivos para o setor. Este estudo discutiu algumas implicações da rápida mecanização da colheita da cana-de-açúcar em São Paulo e o seu impacto na região de Piracicaba (SP).

Metodologia

Foram aplicados questionários nas 28 usinas e solicitadas também informações sobre a produtividade das colhedoras referente a safra 2010/11, foi observado que a média de produtividade por colhedora foi de 549,7 ton/dia.

Resultados

Os pesquisadores concluíram que a mudança nos sistemas de produção canavieiro, especialmente em São Paulo, ampliou o número de máquinas no campo e com isso trouxe ganhos ambientais, especialmente em função da diminuição das queimadas.

Por outro lado, o aumento no tráfego de máquinas no campo, pode causar a compactação do solo. Essas mudanças são alvo de estudos em diversas instituições de pesquisa do Estado de São Paulo, avaliando os impactos e buscando soluções para mitigar as externalidades negativas desta mudança no sistema de produção.

Bioeletricidade

Outro trabalho apresentado pelos pesquisadores abordou o tema da bioeletricidade a partir da biomassa da cana-de-açúcar na área de abrangência do Pólo Regional Centro Sul/APTA, Piracicaba.

A bioeletricidade, gerada a partir do bagaço, um resíduo da produção de etanol e açúcar, vem sendo trabalhada dentro das usinas há algum tempo, um processo de conversão que visava atender as necessidades da própria usina, a chamada ‘Cogeração’.

Atualmente essa forma bem sucedida de geração de energia encontra novas possibilidades, dentre elas, o fornecimento de energia elétrica, cuja participação vem sendo realizada pelos leilões de energia elétrica alternativos.

Foram utilizados dados de 163 usinas signatárias ao Protocolo Agroambiental. A tecnologia predominante nas usinas brasileiras é de ciclo a vapor com turbinas de contrapressão.

Em resumo, o fator preponderante para que ocorra uma produção de bioeletricidade com preços competitivos é a necessidade de investimento em tecnologias para melhoria da eficiência energética na geração. Há a necessidade de incentivos que melhorem o desempenho do setor com relação à inovação tecnológica.

Inovação

A cultura da cana-de-açúcar possui grande potencial de geração de água, pois em sua estrutura vegetal a cana é composta geralmente por 1/3 de água, 1/3 de fibras e 1/3 de sacarose. Essa água que é extraída do esmagamento da cana entra no processo de transformação da matéria-prima.

No futuro as usinas de cana-de-açúcar serão produtoras de água a partir da introdução de tecnologias adequadas para extrair e separar essa água durante o processo.

Sustentabilidade

O estudo das questões e desafios dos indicadores de sustentabilidade por especialistas do setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo, foi o foco do trabalho de Jonatan Sacramento, Bruno de Oliveira, Katia de Jesus e Sérgio Torquato.

Foram analisadas qualitativamente as percepções de especialistas do setor sucroalcooleiro sobre indicadores de sustentabilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar do estado de São Paulo, com base nos 166 respondentes dos questionários de consulta remota formulados de acordo com a Técnica Delphi no projeto SustentaCana, desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente.

A análise dos dados foi realizada com emprego da técnica de ‘Análise do Discurso’ e foi relacionada à percepção dos indicadores os dados que remetiam a identificação dos especialistas, como área de formação e atuação, assim como a localização das referidas instituições, a fim de contextualizá-los e melhor compreender as respostas e comentários ao questionário.
(Embrapa)

SustenAgro prevê o levantamento de dados dos sistemas de produção nas regiões e microrregiões do Centro Sul do Brasil.Divulgação/Embrapa

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