O secretário municipal de educação, Upiran Jorge Gonçalves, disse que a greve é um movimento legítimo, no entanto, a Procuradoria Jurídica do município deverá se manifestar na justiça contra a paralisação
O secretário municipal de educação, Upiran Jorge Gonçalves, disse que a greve é um movimento legítimo, no entanto, a Procuradoria Jurídica do município deverá se manifestar na justiça contra a paralisação
15/08/2018 06h34 - Por: Flávio Verão
A partir desta sexta-feira, as 45 escolas e 38 Centros de Educação Infantil Municipal (Ceims) devem fechar as portas por tempo indeterminado e mais de 27 mil estudantes ficarão fora das salas de aula. Conforme noticiado ontem pelo DouradosAgora, os professores e administrativos da rede municipal de ensino aprovaram ontem, durante assembleia, a greve. Essa é a primeira paralisação do ano. A última ocorreu nesse mesmo período de 2017.
Durante pouco mais de duas horas os educadores estiveram reunidos na sede do Sindicato dos trabalhadores em Educação (Simted). A discussão principal foi relacionada a decisão da greve. O professor Juliano Mazzini, presidente da categoria, acredita que essa paralisação terá adesão maior dos servidores públicos.
Nos últimos 18 meses, a Prefeitura Municipal convocou mais de 300 professores aprovados em concurso público. Embora todos estejam em estágio probatório (período de apuração à confirmação do servidor no cargo), o Simted tem expectativa de que esses profissionais possam endossar o movimento grevista. No ano passado, muitas escolas com professores contratados passaram a ter greve parcial.
Na época, desembargador de Justiça ainda chegou a determinar a presença mínima de 66% dos trabalhadores nas salas de aulas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil ao sindicato. "Desta vez, acreditamos que os profissionais vão aderir em peso e a partir de sexta-feira iniciará a greve", acredita Juliano Mazzini. Após a oficialização da paralisação, eles só podem cruzar os braços 48 horas depois, conforme prevê a legislação. .
Para Juliano, faltou entendimento e compromisso da administração municipal com os professores e administrativos das escolas - equipe da secretaria, merenda, limpeza, vigia, bibliotecário. Eles reivindicam os índices do piso nacional de 2017 e 2018 para as duas categorias e criticam o não cumprimento de reajuste salarial de 4,13%, com pagamento previsto para julho.
Com o reajuste, o magistério atingiria o índice de 6,81% previsto no Piso Municipal do Magistério, já que todo o funcionalismo municipal teve um aumento de 2,68% no mês de maio. Além do cumprimento do Piso Municipal de 2018, a categoria ainda espera a reposição do Piso do ano de 2017 (7,64%) e que esses mesmos índices também contemplem os servidores administrativos da Rede Municipal de Ensino.
Segundo Juliano, a administração municipal tem se reunido com os educadores, porém nada tem feito para atendê-los. O secretário municipal de educação, Upiran Jorge Gonçalves, disse por telefone que a greve é um movimento legítimo, no entanto, a Procuradoria Jurídica do município deverá se manifestar na justiça contra a paralisação.
O secretário afirma que se o reajuste fosse aplicado apenas aos professores, a administração municipal teria condições de atender. Não há condições, segundo ele, de se aplicar aos administrativos, pois abriria brecha para que as demais categorias de administrativos de outras secretarias municipais tenham o direito ou que cobrem o mesmo benefício.