24.7 C
Dourados
sexta-feira, 26 de abril de 2024

Gastos com saúde empurraram meio bilhão de pessoas para a pobreza extrema

- Publicidade -

No Dia Internacional de Cobertura de Saúde Universal, a OMS e o Banco Mundial divulgaram dados preocupantes. Mesmo antes do surgimento da COVID-19, mais de meio bilhão de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema porque tinham que lidar com gastos que consumiam mais de 10% dos orçamentos familiares. A pandemia provavelmente só debilitou ainda mais a capacidade das pessoas de obter assistência médica e de pagar por ela.

Em 2019, 68% da população mundial estava coberta por serviços essenciais de saúde, como serviços de saúde reprodutiva; serviços de imunização; tratamento para HIV, tuberculose e malária; e serviços para diagnosticar e tratar doenças não transmissíveis como câncer, doenças cardíacas e diabetes. No entanto, os efeitos da situação pandêmica já são percebidos, uma vez que a cobertura vacinal caiu pela primeira vez em dez anos e as mortes por tuberculose e malária aumentaram. 

Para que o mundo atinja a meta de alcançar a cobertura universal de saúde até 2030 é necessário que haja um maior compromisso dos governos em investir e ampliar as soluções comprovadas. “Isso significa fazer mais e investir mais de forma inteligente nas bases dos sistemas de saúde, com ênfase na atenção primária à saúde, serviços essenciais e populações marginalizadas”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

De acordo com relatórios divulgados no último domingo (12) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial, mais de meio bilhão de pessoas estão sendo levadas à condição de pobreza extrema porque têm que pagar pelos serviços de saúde do próprio bolso. Nesse cenário, o mais provável é que a pandemia de COVID-19 interrompa duas décadas de progresso global em direção à Cobertura Universal de Saúde. 

Os dados foram divulgados no Dia Internacional de Cobertura de Saúde Universal, destacando o impacto devastador da COVID-19 na capacidade das pessoas de obter assistência médica e de pagar por ela.

Na mensagem que marcou o Dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que com o terceiro ano da pandemia se aproximando “devemos fortalecer urgentemente nossos sistemas de saúde para garantir que sejam equitativos, resilientes e capazes de atender às necessidades de todos, inclusive para seus saúde mental.”

Ondas de choque – Segundo o chefe da ONU, “as ondas de choque desta emergência de saúde estão atingindo com mais força os países que carecem de sistemas de saúde capazes de fornecer cuidados de qualidade a preços acessíveis para todos”.

Para que o mundo atinja a meta de alcançar a cobertura universal de saúde até 2030, é necessário que haja um maior compromisso dos governos em investir e ampliar as soluções comprovadas. “Isso significa fazer mais e investir mais de forma inteligente nas bases dos sistemas de saúde, com ênfase na atenção primária à saúde, serviços essenciais e populações marginalizadas”, disse Guterres.

O melhor seguro para economias e comunidades resilientes é fortalecer os sistemas de saúde antes que surjam crises. “A distribuição desigual de vacinas COVID-19 no ano passado foi uma falha moral global. Devemos aprender com essa experiência. A pandemia não vai acabar para nenhum país até que termine para todos os países”, insistiu.

Múltiplas tensões – Em 2020, a pandemia interrompeu os serviços de saúde e testou os sistemas dos países além de seus limites. Segundo informações da OMS e do Banco Mundial, as consequências disso são múltiplas. Por exemplo, a cobertura vacinal caiu pela primeira vez em dez anos e as mortes por tuberculose e malária aumentaram. A pandemia também desencadeou a pior crise econômica desde os anos 1930, tornando cada vez mais difícil para as pessoas pagarem por cuidados de saúde que salvam vidas.

Mesmo antes da pandemia, meio bilhão de pessoas estavam sendo empurradas para a pobreza extrema por causa dos pagamentos que faziam pelos cuidados de saúde. As organizações esperam que esse número agora seja consideravelmente maior.

“Não há tempo a perder”, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Todos os governos devem retomar e acelerar imediatamente os esforços para garantir que todos os seus cidadãos tenham acesso aos serviços de saúde sem medo das consequências financeiras.”

Progresso oscilante e desigual – Nas primeiras duas décadas deste século, muitos governos fizeram progressos na cobertura de serviços, disseram a OMS e o Banco Mundial. Em 2019, antes da pandemia, 68% da população mundial estava coberta por serviços essenciais de saúde, como serviços de saúde reprodutiva; serviços de imunização; tratamento para HIV, tuberculose e malária; e serviços para diagnosticar e tratar doenças não transmissíveis como câncer, doenças cardíacas e diabetes. Mesmo com as conquistas dos últimos vinte anos, o acesso à saúde não se encontra melhorado nem facilitado.

“Mesmo antes de a pandemia COVID-19 começar, quase 1 bilhão de pessoas gastavam mais de 10% de seu orçamento familiar com saúde”, disse Juan Pablo Uribe, diretor global de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial. 

“Isso não é aceitável, especialmente porque as pessoas mais pobres são as mais atingidas. Dentro de um espaço fiscal restrito, os governos terão que fazer escolhas difíceis para proteger e aumentar os orçamentos de saúde”, acrescentou.

O novo relatório da OMS e Banco Mundial também alerta que as dificuldades financeiras provavelmente se tornarão mais intensas à medida que a pobreza aumenta, a renda diminui e os governos enfrentam restrições fiscais mais rígidas. 

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Verified by MonsterInsights