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Na América Latina, 3,6 milhões de pessoas se tornam obesas a cada ano

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Na América Latina, 3,6 milhões de pessoas se tornam obesas a cada ano

10/11/2018 15h03 – Por ONU

A obesidade avança “incontrolavelmente” na América Latina e no Caribe, alertou na quarta-feira (7) um representante da FAO, Julio Berdegué, durante o lançamento de um panorama nutricional da região.
O relatório aponta que a cada ano, 3,6 milhões de pessoas se tornam obesas em países latino-americanos e caribenhos. Problema já afeta um em cada quatro adultos.

Segundo o levantamento, na região, 7,3% de todas as crianças com menos de cinco anos estão com sobrepeso.

O índice representa 3,9 milhões de meninos e meninas e está acima da média mundial de 5,6%. Quando consideradas todas as faixas etárias, o número de indivíduos com excesso de peso chega aos 250 milhões — 60% da população regional.

“A situação é chocante “, disse Berdegué em evento em Santiago, no Chile, para divulgar a pesquisa.

Também presente, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, enfatizou que “embora a desnutrição persista na região, particularmente em populações vulneráveis, devemos considerar a obesidade e o excesso de peso, que também afetam esses grupos”.

“Uma abordagem multissetorial é necessária, uma que garanta o acesso aos alimentos equilibrados e saudáveis, abordando simultaneamente outros factores sociais, que também impactam estas formas de desnutrição, como o acesso à educação, à água, ao saneamento básico e aos serviços de saúde”, completou a especialista.

Fome aumenta pelo 3º ano consecutivo na região

O relatório também avalia a subnutrição na América Latina e Caribe e alerta que a fome aumentou em 2017, afetando 39,3 milhões de pessoas.

Contingente equivale a 6,1% de toda a população. O número também representa 400 mil indivíduos a mais na comparação com 2016.

Desde 2014, Argentina, Bolívia e Venezuela registraram aumentos na desnutrição. O avanço mais pronunciado da fome ocorreu na Venezuela — 600 mil pessoas ficaram sem ter o que comer ao longo do período 2014-2017.

O país é uma das nações com o índice mais alto de subnutrição da América Latina e Caribe — são 3,7 milhões, ou 11,7% da população, em situação de insegurança alimentar.

No ranking da fome, também figuram o Haiti — 5 milhões de pessoas ou 45,7% da população — e o México — 4,8 milhões ou 3,8% da população.

No entanto, nesses dois países, e também na Colômbia e na República Dominicana, a subnutrição diminuiu nos últimos três anos. Essas foram as únicas quatro nações da região que conseguiram reduzir o problema continuamente desde 2014.

Onze países mantêm o número de pessoas subnutridas relativamente inalterado — Chile, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Paraguai e Peru.

Por outro lado, Brasil, Cuba e Uruguai são as três nações da região com porcentagens de fome abaixo de 2,5% de sua população.

Desigualdades sociais e desnutrição infantil

O relatório alerta que as diferentes formas de má nutrição — a fome e o sobrepeso — têm maior impacto sobre as pessoas de baixa renda, mulheres, povos indígenas, afrodescendentes e famílias rurais.

Em dez países, por exemplo, crianças entre os 20% mais pobres da população têm três vezes mais chance de desenvolver nanismo do que os meninos e meninas entre os 20% mais ricos.

Uma das principais causas do aumento da desnutrição em grupos populacionais vulneráveis ​​são as transformações que os sistemas alimentares sofreram — o ciclo da alimentação desde a produção até o consumo.

Essas mudanças afetaram toda a população, mas principalmente seus membros mais excluídos. Embora muitos cidadãos tenham aumentado o consumo de alimentos saudáveis, como leite e carne, eles também precisam, muitas vezes, optar por produtos baratos, com alto teor de gordura, açúcar e sal.

Em Honduras, por exemplo, a desnutrição infantil afeta 42% das crianças em famílias de baixa renda, mas apenas 8% das pessoas que vivem com renda mais alta.

A subnutrição também é maior entre população indígena. No Equador, em 2012, 42% das crianças de povos originários viviam com desnutrição crônica, em comparação com os 25% em nível nacional.

Na Guatemala, o déficit de crescimento afetou 61% das crianças indígenas em 2014-2015, mas apenas 34% das crianças não indígenas.

Crianças em áreas rurais têm indicadores piores do que os jovens em áreas urbanas. Em Belize, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Suriname, o déficit de crescimento no campo excede em mais de 50% as taxas observadas nas cidades.

“Atrofiar está estreitamente relacionado com desigualdade e pobreza, mas o excesso de peso também está afetando cada vez mais as crianças mais pobres.

Elas enfrentam condições de alta vulnerabilidade social e econômica e sofrem com o acesso desigual a serviços de saúde e dietas saudáveis alertou María Cristina Perceval, diretora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Má nutrição mais alta entre as mulheres

De acordo com o relatório, na América Latina, 19 milhões de mulheres (8,4%) passam fome, em comparação com 15 milhões de homens (6,9%).

Em todos os países da região, a taxa de obesidade das mulheres adultas é maior que a dos homens. Em 19 deles, a taxa de obesidade feminina é pelo menos 10% maior que a masculina.

Mas a desigualdade que afeta as mulheres não é apenas um problema de gênero. A anemia entre mulheres em idade fértil, por exemplo, afeta sobretudo as que têm menos recursos financeiros.

“A equidade de gênero é um instrumento político valioso para reduzir as desigualdades. Precisamos fortalecê-la na prática, que envolve a promoção da igualdade no acesso e controle dos recursos domésticos, bem como nas decisões de empoderamento das mulheres em (situação de) desigualdade”, disse Miguel Barreto, diretor regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Alimentos com alto teor de sal, gorduras e açúcar preocupam agências da ONU. Foto: Max Pixel

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