12/05/2019 07h00 – Por ONU
Às vésperas do Dia Internacional da Enfermagem, neste dia12 de maio, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) convocou países das Américas nesta semana a investir mais nas enfermeiras e enfermeiros, garantindo a sua disponibilidade e distribuição adequada pelos territórios nacionais.
Para a agência da ONU, a presença e a qualificação desses profissionais é fundamental para promover a cobertura universal de saúde, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) convocou países das Américas nesta semana a investir mais nas enfermeiras e enfermeiros, garantindo a sua disponibilidade e distribuição adequada pelos territórios nacionais.
Para a agência da ONU, a presença e a qualificação desses profissionais é fundamental para promover a cobertura universal de saúde, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A OPAS lançou na quarta-feira a sua Orientação estratégica para enfermagem na região das Américas, relatório que apresenta recomendações sobre o tema, além de apresentar um panorama da enfermagem no continente americano.
A publicação foi divulgada às vésperas do Dia Internacional da Enfermagem, comemorado neste dia 12 de maio.
O organismo internacional lembra que os enfermeiros e enfermeiras representam a maior força de trabalho em saúde no mundo, respondendo por mais de 50% dos trabalhadores da área.
Nas Américas, existe um déficit atual de 800 mil profissionais de saúde para cobrir as necessidades de toda a população — essa lacuna, segundo a OPAS, inclui defasagens nas equipes de enfermagem.
A composição e a disponibilidade das equipes de enfermagem — que incluem enfermeiros licenciados, tecnólogos, técnicos e auxiliares — variam de país para país das Américas.
Enquanto nos Estados Unidos e no Canadá, existem mais de 111 e 106 enfermeiros, respectivamente, para cada 10 mil habitantes, o índice cai para menos de quatro no Haiti, Honduras e República Dominicana.
Existem também discrepâncias no número de profissionais de enfermagem por médico. Nos Estados Unidos e no Canadá, existem quatro enfermeiros para cada médico.
Mas nos outros 27 países analisados pela OPAS, há menos de dois e, em 15 dessas nações, menos de um.
De acordo com o relatório, evitar um déficit de enfermeiras e enfermeiros requer o desenvolvimento de estratégias nacionais para a formação de novos quadros, bem como políticas adequadas de retenção, investimento na força de trabalho e promoção da autonomia profissional.
“Somente com um número adequado de profissionais motivados e bem distribuídos, com habilidades técnicas e científicas, os países conseguirão cobertura e acesso universal à saúde, bem como atingir os ODS”, disse Silvia Cassiani, assessora regional de enfermagem e técnicos em saúde da OPAS.
A agência da ONU elencou uma série de entraves à disponibilidade de recursos humanos, como os enfermeiros, na área de saúde.
Entre esses problemas, estão a mobilidade e a migração, a má distribuição da força de trabalho, a ausência de regulamentação, os incentivos insuficientes para o avanço profissional, a falta de acesso à educação superior e ambientes de trabalho inadequados.
Para lidar com a migração de profissionais de enfermagem, a pesquisa da OPAS considera necessário investir em estratégias de retenção de recursos humanos, particularmente em países de baixa renda e em pequenas nações insulares em desenvolvimento.
“Em muitas partes do mundo, os profissionais de enfermagem são o primeiro e, às vezes, único recurso humano em contato com os pacientes”, afirmou a chefe da OPAS, Carissa Etienne.
“Investir em enfermagem possibilita avançar para o acesso e a cobertura universal de saúde, o que terá um profundo efeito sobre a saúde e bem-estar globais.”
O relatório também recomenda expandir e regular o papel das enfermeiras e enfermeiros licenciados no primeiro nível de atenção.
Com isso, seria possível melhorar o acesso e o atendimento em áreas com um número limitado de médicos.
A pesquisa defende ainda uma melhor distribuição de profissionais em áreas remotas e rurais. Outra recomendação é uma ampliação dos incentivos para a prática interprofissional e um aumento no número de programas de treinamento credenciados — na maioria dos países, há poucas escolas de enfermagem e programas de pós-graduação, avalia a OPAS.