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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Funsaud negocia contrato de UTI para reduzir déficit milionário

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14/06/2018 06h38 – Por: Flávio Verão

Com déficit de R$ 1,2 milhão por mês, a Fundação de Saúde de Dourados, a Funsaud, busca alternativas para reduzir despesas. Uma delas é a diminuição de 25% num contrato feito com a empresa Intensicare Gestão em Saúde LTDA, responsável pela implementação e gerenciamento de 20 leitos de UTI do Hospital Vida. O contrato com a empresa encerrou semana passada e ontem ocorreu uma reunião no Conselho Municipal de Saúde para discutir o futuro da UTI.

O Conselho deliberou para que haja renovação de contrato, no entanto, caberá a direção da Funsaud definir qual será o procedimento a ser adotado. Uma decisão deve ser tomada até segunda-feira. “Vamos analisar se vale a pena continuarmos com a empresa ou se será aberto novo processo de licitação”, afirmou Luiz Carlos Mattos Filho, diretor da Fundação.

Em abril, a Intensicare ameaçou parar de receber novos pacientes devido a uma dívida de R$ 8 milhões que a Funsaud acumulou com a empresa. Houve um acordo, parte da dívida foi paga e outro restante dividido em parcelas. Contudo, devido a uma crise financeira na Funsaud que se arrasta há pelo menos dois anos, novas dívidas podem ser contraídas com a Intensicare.

No final do ano passado a Funsaud decretou situação de emergência financeira por seis meses e no último dia quatro de junho prorrogou por mais 90 dias. Luiz Carlos diz que tem tomado medidas para contenção de despesas, mas o problema estaria na falta de recursos. Cada vez mais o Hospital da Vida recebe pacientes de 34 municípios da região. Isso tem encarecido a saúde em Dourados.

A Funsaud tem recurso mensal de R$ 4,4 milhões para administrar Hospital da Vida e UPA. A folha de salário consome R$ 1,5 milhão e a equipe médica (pessoas jurídicas) outros R$ 1,7 milhão, e R$ 1,08 milhão são repassados à Intensicare para administrar a UTI. O pouco que sobra não é suficiente para manter as unidades, com a aquisição de insumos, compra de medicamentos, entre outras despesas. Luiz Carlos disse que a empresa não aceitou a proposta de reduzir em 25% o valor do contrato. Além disso, a Fundação pediu que a Intensicare custeie outros gastos da UTI e que acabam sendo pagos pela Funsaud.

Trata-se de custos com laboratório, exames, oxigênio, alimentação dos funcionários, lavanderia, na ordem de R$ 222 mil. No entanto, a empresa teria se comprometido a arcar somente com parte dos gastos, de R$ 50 mil. A Funsaud mantém novas negociações, mas o prazo é curto.

Presente na reunião de ontem, o promotor de justiça Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior advertiu que a tomada de decisão sobre o futuro da UTI vai até dia 18. Ele instaurou inquérito para investigar as contas da Funsaud para melhor entender sobre como a instituição entrou em crise financeira. As dívidas estão estimadas em R$ 30 milhões.

Membros do Conselho chegaram a sugerir no encontro a possibilidade da Funsaud se preparar para assumir a UTI. Todos os 20 leitos pertencem a Intensicare, que se deixar de atender no Hospital da Vida provocaria um colapso na saúde de alta complexidade. No ano passado o Ministério Público ingressou com ação pedindo anulação de contrato com a empresa, pois caberia a Funsaud responder pela UTI e não promover a “terceirização da terceirização”, transferindo responsabilidades para uma empresa que tem fins lucrativos.

Matéria editada para correção de informação sobre o quantitativo de leitos de UTI e o valor da folha de pagamento de funcionários

Reunião realizada ontem no Conselho Municipal de Saúde

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