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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Anvisa discute mortes de pacientes após quimioterapia, em MS

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21/07/2014 18h38 – Atualizado em 21/07/2014 18h38

Da redação

Após a confirmação da morte de três mulheres que foram submetidas a sessões de quimioterapia na Santa Casa, membros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vieram de Brasília para o Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (21), para uma reunião com a Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), entidade mantenedora do hospital.

Entre os pontos discutidos no encontro feito a portas fechadas estavam a superdosagem do medicamento fluoracil (5-FU), usado no combate ao câncer do intestino, e também do lelcovorin (ácido folínico, que potencializa os efeitos do primeiro), bem como o tempo de infusão, prontuário das vítimas, entre outros.

As manipulações foram suspensas. Neste período, a comissão criada para investigar os óbitos vai apurar todo o manuseio do medicamento fluoracil (5-FU), usado no combate ao câncer do intestino, e também do lelcovorin (ácido folínico, que potencializa os efeitos do primeiro).

“Todo o processo será revisto para checarmos se houve alguma irregularidade”, disse a médica Priscila Alexandrino, presidente da Comissão de Controle de Infectologia da Santa Casa, lembrando que serão apurados procedimentos que vão desde à fabricação (produto importado de empresa da Índia), até à administração nos pacientes.

Segundo nota, 41 pessoas receberam o medicamento, sendo que quatro apresentaram reações adversas. Carmen Insfran Bernard, 48 anos, morreu no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no último dia 12.

Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, apresentou efeitos colaterais, mas aos poucos está se recuperando. O uso dos fármacos que compunham o lote causador das reações adversas foi interrompido em 2 de julho. Informações apontam que a Santa Casa teve conhecimento dos óbitos somente no último dia 16.

Apesar da situação, os demais tratamentos via quimioterapia e radioterapia ocorrem normalmente, com as manipulações sendo feitas no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, na Capital.

Suspeitas e Interdição

Ainda na manhã de ontem, o presidente da Associação Estadual de Vítimas de Erros Médicos, Valdemar Moraes de Souza, anunciou que o número óbitos pode aumentar.

Segundo ele, as causas da morte do jovem Carlos Alberto Cintra Gaúna, de 20 anos, possivelmente estão ligadas às sessões de quimioterapia. O rapaz estava com leucemia e também se tratava na Santa Casa.

Ele morreu no dia 19 de fevereiro. Outro homem, cuja identidade não foi revelada, teve o mesmo fim trágico, quatro dias depois.

“Depois que todos estes problemas vieram à tona, a família de Carlos Alberto me procurou para denunciar o caso. Segundo prontuário, é possível que ele tenha morrido pelo mesmo motivo que as mulheres”, relatou Valdemar, reforçando que os sintomas apresentados por Carlos Alberto, tais como dores abdominais, diarreia, vômitos e dificuldades para comer, eram os mesmos das demais vítimas.
Diante deste cenário, ele afirma que vai acionar a Justiça e solicitar uma interdição do setor de oncologia e hematologia do hospital.

“É preciso que haja uma investigação completa de todas as mortes que foram registradas na instituição nos últimos meses. Durante a interdição, os outros pacientes da ala poderiam ser atendidos no Hospital Regional e no Hospital do Câncer”, avaliou.

Santa Casa

A Santa Casa rebateu as afirmações e disse que as duas mortes relatadas por Valdemar podem ter sido causadas por motivos aleatórios, já que o tipo de câncer deles era diferente do encontrado nas mulheres que morreram, e consequentemente os medicamentos administrados também.

Sobre a possível interdição, a unidade de saúde afirmou, por meio de assessoria, que não vai se pronunciar até que seja oficialmente notificada.

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