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sexta-feira, 26 de abril de 2024

43% da população do interior têm vontade de viajar

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06/03/2015 16h00

Só não o fazem porque os aeroportos são longe, poucos, só 77, e as passagens 31% mais caras do que entre as grandes cidades.

Um dado divulgado pelo Instituto Data Popular – que, desde 2001, acompanha o crescimento e desenvolvimento das classes C, D e E – comprova a importância do Plano de Aviação Regional para democratizar o transporte aéreo no Brasil e desenvolver a economia do interior do País: cerca de 43% da população brasileira que mora longe das capitais quer viajar, seja para trabalhar, para lazer ou simplesmente para se deslocar de uma cidade para outra.

E não o fazem pela distância dos aeroportos – apenas 77 terminais operam regularmente no interior — e pelo preço das passagens, que são em média 31% mais caras quando envolve uma rota regional.

Essas mudanças refletem uma nova realidade que o Brasil está passando nos últimos anos e que começou com o avanço das conquistas sociais e a estabilização da economia: o crescimento do país do litoral em direção ao interior.

Ainda segundo o Instituto, são nas pequenas cidades que se concentram 38% do consumo do país e o Boston Consulting Group, uma empresa de consultoria empresarial, revelou em pesquisa que as famílias de classe média do interior têm renda 20% maior que as das capitais.

Essa parcela da população ainda se vê distante do pleno desenvolvimento econômico e do acesso a bens e serviços desfrutados nos grandes centros, principalmente no sudeste, pela dificuldade de acesso num país de dimensões continentais que é majoritariamente conectado por rodovias – 119 mil km ao todo, segundo o Ministério dos Transportes.

Em meio a esta necessidade de encurtar distâncias entre a população e dinamizar a economia do Brasil, o avião se torna um modal de transporte fundamental.

Com os investimentos de R$7,4 bilhões na reforma ou construção de 270 aeroportos, o programa de aviação regional da Secretaria de Aviação Civil (SAC) quer deixar 96% da população a pelo menos 100 km de um terminal.

Hoje, apenas 40 milhões de brasileiros têm o acesso facilitado dessa forma. Desse total, 229 já estão com projeto em elaboração.

Com essa expansão da aviação regional, a oferta de rotas para o interior do Brasil deve, pelo menos, duplicar. Hoje, o País conta com 647 rotas regionais – que tem a origem ou o destino em um aeroporto regional.

Para o ministro da Aviação, Eliseu Padilha, o programa vai fazer com que todos os brasileiros se sintam integrados à região metropolitana das capitais ou dos polos regionais. “Com o nosso programa, por mais longe que seja a cidade, a população estará a uma hora de voo de um desses polos de desenvolvimento.

Com isso, teremos mais acesso à assistência médica, formação profissional e os filhos não vão mais precisar sair da capital em busca de emprego”, comemorou o ministro.

Além disso, há três variáveis de negócios no País que serão diretamente beneficiadas com a expansão da aviação regional.

“Temos que pensar no desenvolvimento dos negócios agrários, na exploração dos nossos recursos minerais e no turismo. Essas três variáveis fazem com que todo o território brasileiro esteja ocupado”, concluiu Eliseu Padilha.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma que a ocupação do interior tem avançado no Brasil.

Segundo as Estimativas da População dos Municípios em 2014, do IBGE, nos últimos dez anos, o percentual de pessoas que vive nas capitais brasileiras se mantém estável – em 24%.

Isso evidencia, segundo o Instituto, que o dinamismo populacional do Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior do país e se manifestando nos municípios de porte médio.

ECONOMIA

A economia também será diretamente impactada pelo programa de aviação. Presidente do conselho curador do Maringá Convention Bureau, organização que promove o turismo em Maringá (PR), Fernando Rezende, acredita que os investimentos previstos para o aeroporto da cidade e o incentivo à concorrência das empresas aéreas podem mudar a realidade para a população local.

Hoje, 70% dos 800 mil passageiros que chegam a Maringá todos os anos têm foco no turismo de negócios.

“A melhoria em infraestrutura vai ser um divisor de águas para Maringá. Todo o desenvolvimento tem que passar pelo aeroporto. Também precisamos de mais companhia aérea para ter concorrência.

Hoje, em algumas épocas do ano, vale mais a pena gastar com gasolina, pagar pedágio e ir a Londrina para embarcar”, explicou.

Maringá está estrategicamente localizada a apenas 100 km de Londrina, uma hora de São Paulo, uma hora de Curitiba e uma hora e meia de Buenos Aires, capital da Argentina.

Assim como Maringá, as cidades de São José dos Campos, Araraquara (próxima ao campo de Gavião Peixoto) e Botucatu, em São Paulo, também poderão ser beneficiadas pelo programa.

A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) está presente nessas cidades e, hoje, faz o transporte de materiais por estradas.

No futuro, a expectativa é que o tempo deste deslocamento e o preço caiam com o investimento nos aeroportos regionais.

Segundo o presidente da consultoria Urban Systems, Thomáz Assumpção, remédios, eletrônicos e alimentos perecíveis, que hoje são transportados por caminhões, também poderão ganhar com a aviação regional.

“A aviação vai ampliar o que existe hoje. O transporte por rodovia chega a desperdiçar 30% da mercadoria, além de diminuir a qualidade do produto que chega ao consumidor. Com o avião, isso não vai acontecer.

Vai ser possível levar uma mercadoria do interior para a capital e da capital para o exterior, por exemplo, com muito mais facilidade”, explicou.
(Assessoria de Imprensa / Secretaria de Aviação Civil)

Luciano Faustino/Creative Commons

Assessoria de ImprensaSecretaria de Aviação Civil

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