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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Câmara deve criar Comissão de Ética para investigar vereador

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21/04/2015 14h20 – Atualizado em 21/04/2015 14h20

Câmara deve criar Comissão de Ética para investigar vereador Alceu Bueno

Conjuntura Online

Investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança) por suposto envolvimento com adolescentes, o vereador Alceu Bueno (PSL) corre o risco de ser cassado pela Câmara de Campo Grande, que anunciou nesta segunda-feira (20) a criação de uma Comissão de Ética para apurar a possível falta de decoro parlamentar.

Em nota divulgada pela assessoria da Câmara, informações oficiais devem ser liberadas na quarta-feira (22) aos vereadores pelo titular da Depca (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto.

A ideia é que a Comissão de Ética seja criada na sessão desta quinta-feira (23) para apurar suposto envolvimento do vereador em uma rede de prostituição.

“Temos acompanhado na imprensa toda a repercussão do caso e não podemos ficar parados diante de uma situação como essa. Se confirmada a veracidade dos fatos, é inadmissível que não tomemos uma atitude”, garantiu presidente da Casa, Mario Cesar (PMDB).

Segundo o vereador, após a criação da comissão, será realizado sorteio para definição dos integrantes, que serão responsáveis por apurar e, caso se comprove a falta de decoro, deliberar as consequências ao mandato de Alceu Bueno.

Conforme determina o Regimento Interno da Câmara Municipal, as medidas disciplinares podem chegar a perda de mandato.

ENTENDA O CASO

A investigação que apura envolvimento de políticos em suposto crime de pedofilia começou no início deste mês, quando uma pessoa ligada ao empresário Luciano Roberto Pageu teria extorquido o vereador Alceu Bueno depois de ter acesso a imagens do vereador praticando relações sexuais com duas adolescentes.

O ex-vereador Robson Leiria Martins, também foi indiciado por extorsão, mas segundo a defesa, ele tomou conhecimento do caso depois de Alceu pedir auxílio advocatício para ele.

O Portal Correio do Estado teve acesso ao inquérito aberto pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Depca.

Conforme a investigação, no final do mês passado, um ex-funcionário do empresário Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, teria tido acesso às imagens de adolescentes junto ao vereador Alceu Bueno.

Os arquivos teriam sido repassados para o ex-funcionário por uma suposta cafetina, que teria ficado revoltada depois que duas adolescentes que se prostituíram acabaram sendo levadas para a delegacia.
Com as imagens em mãos, o ex-funcionário procurou Luciano e esse, por sua vez, procurou o vereador Alceu Bueno, levando ao conhecimento dele as imagens.

“Deus te blindou, caíram umas meninas que iriam te extorquir, mas por acaso essas meninas estavam hospedadas na casa de um funcionário meu”, teria dito Luciano ao vereador, segundo depoimento de Alceu à Polícia Civil.

Diante da situação, Alceu teria acionado o ex-vereador e também advogado Robson Martins para aconselhá-lo no caso. De acordo com o inquérito, Robson tomou a frente nas negociações com o ex-funcionário de Luciano, que inicialmente teria pedido R$ 1 milhão para não divulgar as imagens.

Os valores foram sendo negociados entre Robson e Luciano Pageu, que confirmou a Alceu que teria mandado o ex-funcionário para o interior de São Paulo. Evitando, assim, o contato com Bueno.

À polícia, o vereador afirma que Robson Martins teria feito uma “lavagem cerebral” nele, o orientando a pagar a quantia que o funcionário de Luciano solicitava. Para dar “um cala boca” no responsável pela extorsão, o vereador Alceu Bueno disse à polícia ter pago R$ 100 mil a Robson e Luciano.

Segundo a investigação, a quantia foi paga em espécie, depois que o vereador vendeu bens e contraiu empréstimos com conhecidos.

Depois de receber a primeira quantia, a dupla teria solicitado mais R$ 50 mil ao vereador, em duas parcelas. No fim das negociações, o valor caiu para R$ 27 mil e depois para R$ 15 mil.

Na última quinta-feira (16), um novo encontro entre o vereador, Luciano e Robson ocorreu, foi quando Alceu Bueno denunciou a extorsão à polícia e os dois acabaram presos em flagrante.

Luciano, Robson e Alceu prestaram depoimento ao delegado Paulo Sérgio Lauretto. O vereador foi ouvido e liberado e os dois supostos envolvidos na extorsão continuam presos preventivamente.

O advogado que representa Luciano e Robson, Ramão Sobral, disse ao Portal Correio do Estado que já entrou com o pedido de liberdade. “O Robson foi contratado como advogado para defender o Alceu, ele não envolvimento com extorsão”, disse o advogado.

Vereador Alceu Bueno

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