22/08/2014 11h09 – Atualizado em 22/08/2014 11h09
Criançada não usa mais da criatividade: ‘consome o que vem pronto’
Redes sociais e de outros tipos de comunicação dos tempos pós-modernos afastam do dia a dia criativo, da relação pessoal e do crescimento da cultura
Luiz Radai
A opinião da folclorista Odila Lange sobre o panorama atual da cultura popular é uma só: falta muita coisa. Entre estes pensamentos está o que pode ser tido também como um alerta para as novas gerações. Segundo Odila, a criançada precisa aguçar a criatividade e parar de consumir o que ‘vem pronto’ da tecnologia.
“Penso que o folclore é de suma importância para o desenvolvimento de uma sociedade sadia. Fazem falta as brincadeiras de rodas, a contação de histórias, os brinquedos de pegador e até a popular “casinha” para a socialização de nossos pequeninos”, analisa.
Segundo a poetiza, a criançada de hoje em dia se comunica através de redes sociais e de outros tipos de comunicação dos tempos pós-modernos que as afastam do dia a dia criativo, da relação pessoal e do crescimento da cultura.
“As crianças não possuem mais criatividade para fabricarem seus próprios brinquedos, tanto que uma noite sem energia para elas é o holocausto, pois ficam sem net, sem videogames e essas novidades dos tempos de agora. Não exercitam a criatividade”, disse. Para Odila, ser capaz de improvisar um passatempo é uma das características para não se tornar ‘mero robozinho’ dos meios de comunicação modernos e rápidos. “Isso lhes dá tudo pronto e não os faz pensar”, criticou.
Odila, no entanto, ressalta a importância dos avanços tecnológicos. Mas acredita que é necessário reformular a maneira de crescer das crianças.
EXEMPLO
Temos muitas lendas e contos no folclore brasileiro. No entanto, poucos sabem que nosso Estado também possui certos mitos. Odila ressalta: “Existe sim. Uma lenda linda denominada de “O governo do mundo”, resgatada por mim e que consta em meu livro ‘Folclore ou folclore?’. Também temos a Lenda da Erva Mate que pode ser aplicada à nossa região. Contos, temos vários, principalmente os encontrados nos livros de Hélio Serejo”. Então, é só entrar nesse mundo.
O livro mencionado por Odila Lange é uma obra publicada em 1996 que teve enorme sucesso. “Folclore ou folclore?” teve a edição esgotada.
“Felizmente apresentei um projeto para o FIC (Fundo de Investimento Cultural) do Estado de MS e fui agraciada com a aprovação do mesmo. Em breve ele estará novamente no mercado literário com uma cara totalmente nova”, conta.
Odila prefere manter ‘segredos’ sobre a republicação. “Não vou falar dele não é para despertar a curiosidade das pessoas”. O lançamento está previsto para o mês de novembro deste ano.