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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Equipadas, aldeias vão produzir 50 mil toneladas de alimentos

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29/01/2015 07h11

Valéria Araújo

A Reserva Indígena de Dourados vai iniciar o processo de produção de 50 mil toneladas de mandioca, milho e outros alimentos da agricultura familiar, após décadas de espera. Este processo será possível com a chegada de modernos maquinários da patrulha mecanizada que foram entregues, na manhã de ontem, para a comunidade.

Na Reserva, a expectativa é de que, com condições de plantar, a comunidade possa alcançar a autonomia financeira, se livrando cada vez mais da dependência econômica do Estado, que fornece cestas básicas para ajudar no sustento das famílias em situação de vulnerabilidade.

De acordo com o diretor da Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas, Leomar Mariano da Silva, a produção em alta escala será uma mudança histórica dentro das aldeias de Dourados. Segundo ele, com apenas um trator emprestado da Prefeitura, a comunidade enfrentava muitas dificuldades na produção que é extremamente baixa. “Nossa agricultura estava abandonada. Agora, com a Patrulha Mecanizada, teremos condições de extinguir os arrendamentos ilegais de soja que ocorriam na Reserva e tornar nossa terra produtiva para a subsistência das famílias”, comemora.

O cacique da Aldeia Jaguapiru, Vilmar Martins, diz que tem boas expectativas de que com a produção na reserva, já haja uma melhora na alimentação das famílias que sofrem com a falta de espaço. “Hoje vivemos espremidos como em latas de sardinha e, por isso, muitas famílias não conseguem plantar. A produção em alta escala fará com que esse alimento chegue nestes locais de alta vulnerabilidade”, destacou.

CUSTOS

A Patrulha Mecanizada de Dourados custou R$ 487 mil aos cofres públicos da União. Os recursos foram viabilizados pelo deputado federal Geraldo Resende, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O parlamentar fez a indicação do maquinário em 23 de dezembro de 2013 com o ministro Antônio Andrade.

Depois de diversas interlocuções, o parlamentar assegurou o empenho (garantia de pagamento por parte do governo federal) dos recursos em 27 de dezembro de 2013, para que a Prefeitura pudesse fazer a compra do maquinário.

O pagamento da União para a Prefeitura ocorreu, segundo Geraldo Resende, no dia 10 de junho de 2014. O deputado diz que foi uma luta para garantir estes investimentos, atendendo pedido da Câmara de Vereadores e da Coordenadoria de Assuntos Indígenas da Prefeitura de Dourados, por meio do vereador Aguilera de Souza.

Ontem o vereador recebeu a Patrulha conquistada pelo deputado Geraldo Resende. Ela é composta dos seguintes equipamentos: duas encanteradeira, três grades aradoras com controle remoto, uma plantadeira de mandioca, uma roçadeira hidráulica e três tratores agrícolas.

Segundo Resende, a patrulha vai ajudar no preparo da terra das famílias indígenas que estão plantando, mandioca, milho e outras culturas de subsistência. “Também é uma forma de fomentar o desenvolvimento das lavouras e melhorar as condições de transporte através da manutenção das estradas”, destaca.

O Programa Aldeia Produtiva, para o qual a patrulha será destinada, vai criar condições para que as famílias indígenas produzam alimentos que serão utilizados tanto para subsistência, como para geração de renda com a comercialização do excedente. “Vemos hoje milhares de famílias dependendo de cestas básicas do poder público. Muitas destas acabam antes do final do mês, o que prejudica em muito a saúde, principalmente das crianças, que no passado já registraram casos gravíssimos de desnutrição.

Com a produção do próprio alimento, estas famílias terão condições de melhorar a cesta básica e, num futuro próximo, não precisarão mais dessa ajuda para viver com qualidade. Esta iniciativa é muito mais do que dar o peixe, é ensinar a pescar”, destaca.

O parlamentar também é o responsável por viabilizar recursos importantes na Reserva como a implantação da primeira Vila Olímpica Indígena do País, a reconstrução da Escola Guateka Marçal de Souza, a construção de quadra poliesportiva nesta escola, além de criação de um Centro de Cursos profissionalizantes para a comunidade indígena, que está em fase de construção.

Lideranças indígenas receberam ontem maquináriosfoto - Hèdio Fazan

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