33.6 C
Dourados
sexta-feira, 26 de abril de 2024

Greve de servidores da UFGD segue sem data para acabar

- Publicidade -

12/08/2015 08h38 – Atualizado em 12/08/2015 08h38

Flávio Verão

A greve dos servidores das universidades federais segue sem previsão para acabar. A princípio, o governo federal tem até o dia 21 de agosto para enviar ao Congresso Nacional os projetos de lei que resultarem dos acordos com os servidores grevistas, porém esse prazo pode ser ampliado e a greve mantida em todos os órgãos federais. Para pressionar o governo protestos continuam por todo o país.

Ontem, em Dourados, servidores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) bloquearam por três horas a MS-162, conhecida como Avenida Guaicurus. Das 6h às 9h eles paravam o trânsito por cerca de 10 minutos e distribuíam panfletos sobre o movimento grevista. Filas de veículos chegavam a cerca de 1 quilômetro.

A rodovia dá acesso à Cidade Universitária, com campus da UFGD e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que tem aula normalmente, além do aeroporto. Também é rota para o sul do Estado.

De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais (Sintef), Cleiton Rodrigues de Almeida, o movimento de ontem foi geral na maioria das universidades e a paralisação pode continuar no mês de setembro. “O prazo do governo federal de enviar até o dia 21 de agosto os resultados dos acordos ao Congresso foi ampliado”, diz ele. Com isso, a negociação salarial deve continuar e a greve estendida para o mês seguinte. Os servidores estão em greve desde 28 de maio.

As reivindicações do movimento não se restringem ao reajuste salarial. A pauta inclui a defesa do caráter público da educação e pede um orçamento adequado para as universidades funcionarem. Eles criticam o corte de verbas feito pelo governo, afetando diretamente as universidades.

Panorama

O corte de verba é geral para todos os órgãos federais do país. Na UFGD, segundo a reitora Liane Maria Calarge, somente em recursos para custeio a universidade perdeu cerca de 30% e de, pelo menos, outros 50% na área de investimento, para infraestrutura. Com obras em andamento, como blocos de faculdade de engenharia, de ensino a distância e de salas de aulas, a universidade terá que manter tudo paralisado até regularizar os repasses.

As contas de cada universidade, segundo a reitora, estão sendo analisadas individualmente pelo Ministério da Educação (MEC) e somente no fim deste mês haverá um parecer para se apontar quais as necessidades de cada uma delas. A partir daí, o governo deverá repassar recursos de acordo com as demandas principais, diferentes de uma instituição para outra. Na UFGD, por exemplo, é necessário terminar as obras em andamento.
Empossada no cargo de reitora em junho, Liane pegou a universidade em greve e durante esse período pouco pôde fazer, diante do cenário em crise. “Mas estamos cumprindo com todos os compromissos, principalmente de auxílio estudantil (bolsas) e de materiais de consumo, o custeio básico”, afirma.

Liane Calarge aguarda o fim da greve para refazer a programação do orçamento da universidade. Para driblar a crise, ela vai pôr em prática uma de suas propostas de campanha quando candidata, de buscar parceria com a iniciativa privada. “Sabemos que muitas empresas precisam de pesquisa e eles podem investir na universidade e ao mesmo tempo ter retorno da pesquisa”, explica. A pós-graduação foi uma das áreas das universidades que mais tiveram corte de gastos do governo federal.
Caso a greve se encerre no final deste mês, a reitora Liane Calarge irá iniciar de imediato a discussão do calendário acadêmico. Ela vai propor férias mais curtas em janeiro, de uma semana. “Tudo isso será amplamente discutido junto a comunidade com o fim da greve. Estamos ansiosos porque queremos ver a universidade funcionar em sua totalidade, colocá-la nos trilhos, pois sabemos que há grandes demandas de todos os setores”, finaliza a reitora.

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Jogo Responsável no Brasil

- Publicidade-
Verified by MonsterInsights