17/11/2014 09h01 – Atualizado em 17/11/2014 09h01
Dados do mapa da violência mostram ainda uma redução de mais de R$ 126 milhões na Segurança Pública. Investimento no policiamento das ruas cai e ocorrências de roubos, lesões corporais no trânsito e tráfico de drogas aumentam.
Valéria Araújo
O Estado de Mato Grosso do Sul tem a segunda maior taxa de estupros e assassinatos contra indígenas do País. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2014, divulgados nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em relação aos estupros, MS registrou 1.263 casos. Isto quer dizer que a cada 100 mil habitantes, 48,7 são vítimas de estupro.
O Estado fica atrás apenas de Roraima que tem uma taxa de 66,4 casos por 100 mil habitantes. Em relação a mortes de indígenas, MS registrou uma taxa de 5,8% de mortes, ficando atrás apenas de Roraima com 26,7%. Foram 36 assassinatos por agressão contra 55 em Roraima no ano de 2013.
Em relação a números gerais, MS ocupa outras posições desconfortáveis. É o quarto em mortes de mulheres por agressão e tráfico e uso de drogas. É o sexto em lesão corporal seguido de morte, mortes a esclarecer e tentativa de estupro. MS também é o 7º estado do país que mais tem ocorrências de latrocínio, homicídios culposos, posse de arma de fogo e mortes acidentais no trânsito.
Segundo o relatório, em Mato Grosso do Sul mais de 500 pessoas são assassinadas por ano. De acordo com o relatório, foram 521 homicícios dolosos (quando há intenção de matar) em 2013, contra 568 em 2012.
Fator que chama a atenção é que enquanto cresceram ocorrências de roubos, lesões corporais de trânsito, e tráfico de drogas, caíram os investimentos no policiamento de rua. Foram R$ 869.1 milhões em 2012 e apenas R$ 734.6 milhões em 2013; um déficit de 15,47% na verba destinada para este serviço.
Os investimentos da Defesa Civil também despencaram de um ano para outro. O relatório mostram R$ 32.4 milhões em 2012 e R$ 15 milhões em 2013; um déficti de 53%. No total de investimentos na Segurança Pública, a redução de 2012 para 2013 foi de 12,78%.
Foram R$ 990,5 milhões em 2012 e R$ 863,9 em 2013; pouco mais de R$ 126 milhões. Este fator pode ter influenciado também no número de assassinatos a esclarecer. Em 2013 foram 368 casos em que a Polícia não conseguiu dar uma resposta a sociedade.
O Estado também registrou 562 crimes violentos letais e intencionais em 2013 contra 614 em 2012. Esta categoria agrega as vítimas de homicídio doloso, ocorrências de latrocínio, e lesão corporal seguida de morte.
Conforme ainda o relatório houve aumento no número de ocorrências relacionadas a tráfico de drogas. O Estado registrou 2,375 casos em 2012 contra 2,495 em 2013. A lesão corporal no trânsito sai de 4.903 casos em 2012 para 4.921 em 2013.
MAPA DA VIOLÊNCIA
Segundo o Mapa da Violência divulgado no ano passado, Mato Grosso do Sul também ocupa o 5º lugar entre os estados do País em assassinatos de mulheres, com taxa de homicídios de seis assassinatos para grupo de 100 mil mulheres, acima da média nacional, que é de 4,4.
O primeiro colocado é o estado do Espírito Santo (9,4), o segundo Alagoas (8,3) e o Paraná aparece na terceira colocação (6,3). Em relação a MS, cidade de Ponta Porã é a mais violenta do Estado e ocupa a 10ª colocação entre as 100 cidades mais violentas do Brasil.
A taxa de homicídios é de 17,8 assassinatos para grupo de 100 mil mulheres. A cidade supera as capitais mais violentas do Brasil, como Porto Velho, Rio Branco e Manaus, que têm índices acima dos 10 homicídios em 100 mil habitantes. Dourados é considerada a segunda maior cidade do Estado em número de assassinatos contra mulheres. Somente nos dois primeiros meses de 2014, foram registrados 232 casos de violência doméstica em Dourados.
A cidade de Três Lagoas ocupa a 3º posição, seguida de Corumbá, que tem a 4º posição no Estado. A capital, Campo Grande, possui taxa de homicídios de 3,3 assassinatos para grupo de 100 mil mulheres e ocupa a 24ª colocação entre as capitais do Brasil no quesito violência contra as mulheres e a 5ª posição no Estado.
