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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Botas e palmilhas ortopédicas não ajudam a resolver pé chato

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Por: Uol – 30/05/2016 13h37

Quando nascem, as crianças têm a sola dos pés plana, diferentemente da maioria dos adultos, que têm um arco na parte interna, chamado de arco plantar medial. Por isso, popularmente, diz-se que elas têm pé chato e que é preciso fazer alguma coisa para desenvolver a tal curvatura. Caso contrário, as crianças tendem a sofrer com problemas na coluna ou nas pernas ainda na infância, quando adolescentes ou já adultos.

Por conta desse tipo de pensamento, quando os filhos começam a dar os primeiros passos, muitos pais questionam o pediatra se eles não devem usar bota ou palmilha ortopédica.

Confira, a seguir, nove recomendações médicas sobre esse assunto.

Consultoria: Nei Botter Montenegro, ortopedista pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); Wilson Lino Junior, ortopedista do Centro de Ortopedia e Traumatologia Pediátrica do Hospital Infantil Sabará, também na capital paulista, e André Shecaira, ortopedista do Calo (Centro de Alongamento Ósseo), no Rio de Janeiro.

O arco se forma com o tempo

As crianças nascem com o pé plano porque existe um coxim gorduroso –massa de gordura que fica no meio do calcanhar — que se mantém até os dois anos de idade. Por realizarem a marcha e se manterem em pé, com o passar do tempo, o arco vai se formando de acordo com o desenvolvimento ósseo, muscular e ligamentar do organismo de cada um.

Nem sempre o arco fica visível

Algumas crianças desenvolvem o arco, mas ele não é tão aparente quanto o da maioria, e por isso elas têm o chamado pé plano flexível. O arco delas só é visível quando ficam na ponta dos pés, como uma bailarina. Nesse caso, a criança não reclama de dores ou cansaço quando caminha e não é preciso nenhum tipo de intervenção.
Botas e palmilhas não impactam na formação do arco

As botas e palmilhas ortopédicas não impactam na formação do arco e por isso não são mais indicadas pela maioria dos médicos. Há cerca de 20 anos, a comunidade científica já sabe, por meio de pesquisas, que, na maioria das crianças entre dois e sete anos, o arco dos pés se forma sem ou apesar do uso de bota ou palmilha. Ou seja, não é por causa delas que a curvatura aparece.

Uso da bota torna as crianças alvo de bullying

O uso da bota é criticado, dentre muitos fatores, pois, além de ser inócuo para a formação do arco, o calçado diminui o esforço muscular que os pés devem fazer durante o andar. Esse esforço é importante para ajudar a torná-los funcionais. No mais, o uso da bota impacta de forma negativa no desenvolvimento emocional de muitas pessoas, pois as torna alvo de bullying.

Andar descalço influencia na formação do arco

Andar descalço, seja na terra, na areia fofa ou em terrenos planos e firmes, é importante para trabalhar o desenvolvimento neuromuscular das pernas e pés e tem certa influência na formação da curvatura.

Se a criança não desenvolver o arco, ela pode precisar de cirurgia

Caso fique constatado que a criança realmente não desenvolveu o arco –o que acontece em torno dos nove anos– e sinta dores ao caminhar, por exemplo, os médicos podem diagnosticar uma doença chamada pé plano rígido. A ausência do arco, nesse caso, deve-se pela fusão de dois ou mais ossos locais. Frente a isso, pode ser recomendado o uso de uma palmilha para amenizar o desconforto até que seja realizada uma cirurgia. Porém, mais ou menos 10% da população mantém pé chato na fase adulta e a maioria dessas pessoas têm pé chato assintomático, que não gera nenhuma consequência. Ou seja, geralmente, o pé chato tem mais a ver com uma característica física do que com um mal de saúde.

O pé chato também é comum em crianças com Down

O pé plano também é comum em crianças com Down, entre outras razões, devido à frouxidão ligamentar em vários graus, típica da síndrome.
S
e for preciso, procure um ortopedista pediátrico

Se os pais ou o pediatra notarem algo de estranho quando a criança anda, é importante consultar um ortopedista pediátrico. Geralmente, é interessante comparar a marcha com outras da mesma idade, assim os fatores dessa natureza ficam evidentes.

Ao comprar um sapato infantil, procure um modelo com os “4F”

Ao escolher calçados para as crianças, é fundamental que eles tenham as quatro características que ajudam o pé a se desenvolver bem, os chamados de “4F”: flexibilidade (principalmente na parte da frente, para fazer os dedos fletirem quando a criança anda), forma adequada (do tamanho do pé, nem maior nem menor), firmeza na parte de trás do sapato, que envolve o calcanhar, e fricção na sola para evitar escorregões. Outra dica valiosa é não ceder à tentação de comprar calçados infantis que imitam os modelos adultos. Eles geralmente têm salto e solado rígido, dentre outras características que são ruins para as crianças caminharem.

Botas e palmilhas ortopédicas não ajudam a resolver pé chato

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