Magistrado mais temido das quadrilhas retorna ao município para participar de audiência pública
24/08/2017 06h49 – Flávio Verão
O juiz federal Odilon de Oliveira estará em Dourados nesta sexta-feira. Ele participa da audiência pública “Drogas, quem não previne trata”, que será realizada às 19h na Câmara Municipal. De autoria do vereador Junior Rodrigues (PR), o evento terá o juiz como autoridade máxima.
A audiência tem como proposta ampliar discussão com a população e educadores sobre políticas para prevenção e combate às drogas em Dourados, com público-alvo os adolescentes. “O intuito também é chamar a atenção das autoridades para o assunto, já que o uso de entorpecentes leva a ações como a prática de crimes”, diz o vereador.
A audiência tem como proposta fazer um diagnóstico sobre esta situação e propor melhorias e alternativas de enfrentamento. No evento também será discutido a legalidade de inserção a dependência química como disciplina curricular nas escolas do município.
Há muito tempo Mato Grosso do Sul é destaque na mídia nacional por ser o principal estado porta de entrada de tráfico de drogas e de armas. Dourados, até então chamado de corredor do tráfico, passou a ser apontado por autoridades policiais como entreposto do tráfico, já que quadrilhas passaram a montar base no município. A facilidade de adquirir drogas, de todos os tipos, é um dos grandes problemas no Estado.
O palestrante
O juiz Odilon de Oliveira, que atua em Campo Grande, é uma das autoridades máxima do país quando o assunto é o combate às drogas. Aos 68 anos, doutor Odilon, como todos o conhecem, é um dos mais temidos juízes brasileiros que trabalham no combate ao narcotráfico.
Sua trajetória profissional coleciona condenações dos mais influentes traficantes de drogas com atuação na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. Mandou prender o carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. E o paranaense Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, considerado pela Polícia Federal o maior narcotraficante internacional do país.
Em suas três décadas como juiz federal, Odilon não só colocou na cadeia algumas centenas de criminosos, como também esvaziou as contas bancárias das quadrilhas. Prestes a se aposentar, é sondado por partidos que o querem na política. Agora, com a aposentadoria, a ideia começa a ser amadurecida, no entanto, não mencionou em público tal decisão. Por causa da falta de segurança no país, chegou a cogitar ir embora para o exterior.
Odilon é o único juiz do Brasil que conta com uma operação permanente da Polícia Federal. Há 18 anos, é acompanhado 24 horas por dia, por uma escolta armada com pistolas e submetralhadoras. Com a aposentadoria, pode perder a escolta.
