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terça-feira, 19 de março de 2024

Dourados – 1935 – 2018 – Cidade Universitária e Celeiro Agropecuário

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Tudo o que os douradenses possuem e que enriquecem a cidade, não chegaram de mãos beijadas; o que se tem hoje, cobrou dos pioneiros e depois dos migrantes, muito trabalho, muita fé e, sobretudo, esperança que se renovou, sem esmorecimento, no correr do tempo, diante de situações quase intransponíveis, que, corajosamente, foram superadas

19/12/2018 08h57 – Por: José Alberto Vasconcellos*

Além da alta produção e rentabilidade do Agronegócio, Dourados também se consolida como cidade universitária. O município de Dourados cada vez mais firma-se como grande polo na educação superior no Brasil. Suas quatro universidades oferecem 276 cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades presenciais e EaD (Ensino a Distância) e reúnem mais de 25 mil alunos. É uma das poucas cidades no interior do Brasil, a servir de sede para duas universidades públicas.

Essas universidades públicas são: a UFGD (Universidades Federal da Grande Dourados); UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul); e privadas: Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados); e Anhanguera Dourados. São 93 cursos de graduação presencial, 91 cursos de graduação pelo sistema EaD; 11 cursos de pós graduação na modalidade doutorado,32 cursos de pós (mestrado) e outros 61 pós (latu senso). Na modalidade pós (latu senso) pelo EaD são mais 32 cursos oferecidos nas quatro universidades. (Google – “Dourados um dos principais polos de educação no país”)

A cidade de Dourados está encravada numa fértil área rural, com duas safras anuais de soja e de milho, além da produção pecuária constituída por rebanhos bovinos da raça zebuína, selecionados com esmero; fatores econômicos que garantem, junto com a massa de estudantes (25 mil) aqui instalada, condições financeiras que propiciam razoável tranqüilidade aos douradenses, mormente nestes tempos de crise financeira, política e ocupacional (desemprego).

Tudo o que os douradenses possuem e que enriquecem a cidade, não chegaram de mãos beijadas; o que se tem hoje, cobrou dos pioneiros e depois dos migrantes, muito trabalho, muita fé e, sobretudo, esperança que se renovou, sem esmorecimento, no correr do tempo, diante de situações quase intransponíveis, que, corajosamente, foram superadas.

Primeiro foram os gaúchos e os paulistas que pisaram as terras virgens de campos e matas e “plantaram as primeiras bananeiras”. Lutaram com “os índios que roubavam o gado e matavam os peões…” (“Memória – Janela da História” – Wilson Barbosa Martins), onde aborda a história do antigo e desabitado gigante: Estado de Mato Grosso. Depois, pela oportuna e inteligente gestão do ditador Getúlio Vargas, que percebeu as grandes extensões de terras desabitadas em Mato Grosso, criou o Núcleo Colonial de Dourados atraindo milhares e milhares de nordestinos para o centro-oeste, veja a epopéia dos nordestinos, apud — “Atividades Econômicas na Colônia Agrícola Nacional de Dourados (Cand) – Ana Paula Menezes Cordeiro”; e, finalmente, a partir de 1969 os gaúchos modernos, com sua tecnologia agrícola, que produzem o que temos hoje: duas safras anuais, uma de soja e outra de milho.

Claro, houve a ajuda e o concurso de brasileiros procedentes de outras plagas, mas a liderança tecnológica que permitiu aproveitar os campos, até então tomados pelo “barba-de-bode”, foi obra dos gaúchos modernos. Não se pode, contudo, esquecer da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, em 1964, que ajudou todos os brasileiros que tinham vontade de trabalhar honestamente. Os governos militares nos deram estradas asfaltadas, ponte sobre o rio Paraná, energia elétrica de verdade (Itaipu), sistema de comunicação moderno (telefonia) e a Divisão do Estado. Na seqüência: as Universidades num ambiente propício.

A Divisão do Estado, foi uma providência que fez realizar o sonho do médico Vespasiano Barbosa Martins (1889 – 1965 ), sonhado em 1932, quando com o general Bertoldo Klinger (1884-1969) apoiou São Paulo na Revolução Constitucionalista; dividiu, em 10.07.1932, o Estado de Mato Grosso (a divisão durou três meses) e assumiu o governo na fração Sul do Estado. Capitulado São Paulo, Vespasiano exilou-se primeiro na Argentina e depois no Paraguai, confira no livro de Nelly Martins (esposa do Dr. Wilson): “Vespasiano, meu pai.”. Em 1982, exatamente 50 anos depois, o sobrinho e genro de Vespasiano Martins, o saudoso Dr. Wilson Barbosa Martins, assumiria pelo voto direto, o governo do estado que Vespasiano governou por 3 meses, em 1932, que seria o nosso ” Estado de Mato Grosso do Sul!”

A Divisão do Estado, obra do Presidente Ernesto Geisel, somada com a incontestável melhora na infra-estrutura regional, o avanço com a agricultura mecanizada e a melhora no rebanho bovino — tudo somado — com a evolução marcante no ensino universitário, renderam dividendos sociais muito acima daqueles sonhados pelos pioneiros.

Dourados é hoje uma Cidade Universitária! Também é um celeiro agropecuário respeitável, dentro do contexto nacional. Estamos fortes na educação universitária que temos, e no agro-negócio, a nossa vocação de sempre.

Esperamos a estrada de ferro, a reforma do aeroporto e que o governador reeleito termine o recapeamento das nossas ruas, neste segundo mandato. nesta cidade universitária, onde a ignorância foi abolida, hoje comemoramos seu aniversário de emancipação política: 1935 – 2018.

*Membro da Academia Douradense de Letras
([email protected])

José Alberto Vasconcellos - foto: Marcos Ribeiro

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