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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Construção de satélite brasileiro gera polêmica

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20/11/2014 13h24

Debate apontou a importância do equipamento, mas especialistas pediram maior participação de profissionais do Brasil no processo, que envolve transferência de tecnologia.

O processo de construção e lançamento, pelo Brasil, do Satélite Geoestacionário de Defesa e de Comunicação (SGDC) dividiu opiniões em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).

Uma parte dos debatedores reclamou contra o fato de a tecnologia e a capacidade da indústria aeroespacial brasileira não terem sido exploradas pela Visiona — empresa pública que tem como objetivo coordenar o projeto.

Eles levantaram dúvidas, inclusive, sobre a efetividade da transferência de tecnologia estrangeira para o Brasil por meio da companhia, que é ligada à Embraer e à Telebras (veja quadro abaixo). No entanto, o senador Anibal Diniz (PT-AC) discordou:

Para os projetos futuros, a gente já vai ter acumulado [conhecimento] para poder dar uma contribuição maior.

A audiência, solicitada por Anibal, foi a última no âmbito das avaliações do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) pela CCT. O senador promete entregar o relatório com conclusões sobre o tema no início de dezembro.

O satélite permite um passo importante. Atende tanto o PNBL, que é o objetivo central do nosso relatório, quanto as demandas de comunicação estratégica do Ministério da Defesa.

O SGDC, que está em fase de construção, deve ser concluído em dezembro de 2016 e operar no começo de 2017. Uma equipe de técnicos brasileiros trabalha em conjunto na construção do satélite na França, para cumprir os objetivos de transferência de tecnologia das atividades de engenharia, segundo explicou Eduardo Bonini, presidente da Visiona.

Seu funcionamento possibilitará a ampliação do acesso à internet por meio do PNBL, como complemento da rede terrestre, que hoje conta com cerca de 21 mil quilômetros de fibra óptica, ainda insuficientes para abarcar todo o território brasileiro não alcançado pelas operadoras comerciais.

Com o satélite, mais de 2,3 mil municípios poderão ser atendidos pela Telebras, garantindo comunicação inclusive em alto-mar, na zona do pré-sal, explicou o presidente da estatal, Francisco Ziober Filho. Hoje, são 374 municípios atendidos pela Telebras e 196 atendidos por parceiros.

Ziober Filho explicou que o SGDC será operado em bandas diferentes para comunicações civis e militares, sendo possível garantir segurança e soberania nas comunicações estratégicas de governo.

Ampliação

Com o satélite, a defesa nacional vai ampliar a área de atuação, explicou o coronel Anderson Alvarenga, um dos responsáveis pelo setor que acompanha o projeto no Ministério da Defesa. A pasta terá o controle do equipamento.

Para reforçar a importância do artefato, os debatedores fizeram referências à espionagem feita pelos Estados Unidos e denunciada por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA (agência de segurança norte-americana).

A cobertura do satélite atingirá, além do país, a região continental onde há interesse geopolítico do Brasil, como o Haiti, onde há forças de segurança nacional, e a vigilância do oceano.

Esse é o primeiro satélite com vida útil de 15 anos. Mas a demanda é por uma constelação de satélites. Pretendemos, para obter redundância e ­segurança, ter mais três satélites, com lançamentos a intervalos regulares — revelou Alvarenga.

Anibal concorda com a ideia, inclusive para pôr em prática e consolidar o conhecimento adquirido com a transferêncioa de tecnologia por meio do SGDC.

Se não tiver atividade, o conhecimento se desfaz.
(Jornal do Senado)

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