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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Tetê Espíndola une passado e presente em CD

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24/03/2014 08h05 – Atualizado em 24/03/2014 08h05

A cantora é a mesma. Mas a voz de soprano ganhou um registro de contralto lapidar com o passar do tempo. E é justamente o eixo entre passado e presente que dá o tom dos shows que Tetê Espíndola vem realizando pelo Brasil. Na semana passada, ela se apresentou para uma plateia numerosa no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, no qual lançou o CD duplo que engloba “Pássaros na Garganta” (1982) e o inédito “Asas do Etéreo”. Instrumentistas que participaram de seu novo projeto estarão com ela no palco.

Os dois discos guardam semelhanças no repertório e nos arranjos. Em ambos, Tetê dá maior vazão à sua porção autoral. Das 13 faixas de “Pássaros”, sete são dela, e Asas só tem composições de sua lavra. A junção de ambos no mesmo pacote e nos shows é uma ponte entre a descoberta de um caminho e de sua solidificação. “Os tempos são diferentes, mas vejo os dois discos como primos. Eles mostram o amor à natureza, à espiritualidade e à própria música. É como uma ligação entre dois pontos de maturidade”, afirma a cantora.

“Pássaros na Garganta” foi definidor para a cantora, que vai ao limite de sua extensão vocal, aprofundando-se nas letras que versam sobre rios e paisagens com instrumentação econômica e incorporando sons da natureza. “Todos os meus trabalhos brotam da simples vontade de fazer. O contrato que eu tinha com uma multinacional havia acabado e eu decidi mergulhar dentro desse universo natural. Eu tenho uma relação de alma com esse mundo e o disco é reconhecido por isso”, diz Tetê, que também ressalta como fundamental para o disco

o toque de sua craviola, instrumento lhe acompanha pela vida afora.
“Asas” partiu da iniciativa de reencontrar amigos e agregar pessoas que Tetê admira. Arrigo Barnabé e o pianista Félix Wagner, que participaram de “Pássaros’, estão no novo projeto, que começou a ser registrado em 2012. A distância entre o início das gravações e o lançamento se deu por conta do encaixe de agenda de todos os convidados. A cantora conta que o título do álbum, além de ser uma referência explícita ao “primo”, denota o sentimento de reunião de todos os músicos.

“Foi difícil escolher um nome. Quando vi que as pessoas abraçaram o disco, achei que a palavra etéreo tinha tudo a ver.”
A presença dos convidados foi decisiva para a montagem do roteiro dos shows. Participam da apresentação em São Paulo, Arrigo, Egberto Gismonti, Jaques Morelenbaum, Teco Cardoso, Dani Black, Trio Croa e Félix, que nesta quarta-feira, 19, volta a atuar com Hermeto Pascoal, Duofel, Bocato, Marcelo Pretto, Paulo Lepetit e Adriano Magoo.

O sucesso “Escrito nas Estrelas”, carro-chefe de Tetê, ficou de fora. “Sei que as pessoas me conhecem por conta dos festivais que participei, mas quero mostrar algo diferente. O público entende isso. E ter todos esses convidados junto comigo é bom porque eu posso lembrar de bons momentos e retomá-los”, explica. Um dos exemplos de recriação, diz a cantora, é a lembrança de Londrina, música de Arrigo que ela cantou em um festival da TV Globo, em 1981. “Vai ser especial porque vamos recordar o momento em que a música foi criada, com o mesmo sentimento e no tom original.”

Se depender de Tetê, outros reencontros podem acontecer em 2014. Ela pretende fazer apresentações para celebrar os 35 anos do álbum “Tetê e o Lírio Selvagem”, com o qual estreou em disco, junto com os irmãos Alzira, Celito e Geraldo. Antes da gravação, eles se apresentavam com o nome LuzAzul, deixado de lado a pedido da gravadora. “Gostaria muito de reviver esse momento. Foi um trabalho que não foi tão compreendido na época, mas agora seria a hora de estarmos juntos de novo. Espero que alguém tope bancar esse reencontro.” Então, quem vai acender a luz verde?

Tetê Espíndola une passado e presente em CD

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