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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Estigma e discriminação são obstáculos ao diagnóstico e tratamento da hanseníase

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Estigma e discriminação são obstáculos ao diagnóstico e tratamento da hanseníase nas Américas

31/01/2019 18h07 – Por ONU

Embora os casos de hanseníase tenham diminuído em 30% nas Américas ao longo dos últimos 20 anos, a discriminação e o estigma em relação à doença continuam dificultando os esforços para impedir a sua transmissão, afirmou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no último domingo (27) — Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase.

A agência da ONU chamou países a combater o preconceito com quem tem a enfermidade, a fim de pôr fim a essa patologia que pode ser facilmente curada.

Atualmente, mais de 200 mil novos casos de hanseníase são detectados em todo o mundo a cada ano, dos quais 80% ocorrem em três países – Brasil, Índia e Indonésia.

A doença foi eliminada como problema de saúde pública em 23 países das Américas — isso significa que, nessas nações, há menos de um caso de hanseníase por cada 10 mil habitantes registrados para tratamento.

Em 2017, 29.101 ocorrências da infecção foram registradas na região, mais de 93% delas no Brasil.

“Ao longo da história, as pessoas afetadas pela hanseníase continuaram sofrendo com o estigma e a discriminação”, aponta o diretor de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Marcos Espinal.

“Isso não apenas levou essas pessoas a não terem acesso à atenção, educação e até mesmo liberdade de ir e vir, mas essa discriminação contínua significa que muitos ainda relutam em buscar tratamento médico até que os sintomas alterem sua vida de forma definitiva.”

Na avaliação do especialista, “os países já fizeram avanços significativos na luta contra a hanseníase, mas agora precisamos concentrar esforços para manter esse progresso e eliminar a transmissão”.

“O Dia Mundial deste foi um lembrete oportuno de que as atitudes são o último obstáculo a ser superado”, completa Espinal.

A Estratégia Global para Hanseníase descreve três pilares gerais para garantir um mundo sem a doença, com zero transmissão, zero incapacidades e zero estigmas relacionados à doença.

Esses pontos se concentram em fortalecer a responsabilidade, coordenação e parcerias dos governos, em deter a hanseníase e suas complicações e em acabar com a discriminação e promover a inclusão.

O plano também exige uma série de medidas para combater a discriminação vivida pelas pessoas afetadas pela doença.

Entre a recomendações, está assegurar que indivíduos com a infecção, assim como suas comunidades, sejam empoderadas a participar ativamente dos serviços de atenção.

A estratégia também pede que aqueles que possuem hanseníase tenham melhor acesso aos serviços de apoio social e financeiro.

Outras medidas incluem a promoção da reabilitação baseada na comunidade para pessoas com incapacidades relacionadas à infecção.

O programa cobra ainda que leis discriminatórias sejam abolidas e políticas de inclusão sejam implementadas para os indivíduos que tiveram a enfermidade.

A hanseníase é uma condição crônica e transmissível causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente, levando a sintomas que podem demorar até 20 anos para aparecer.

A doença afeta principalmente os nervos periféricos e está associada a lesões cutâneas características. Sem tratamento, pode causar danos aos nervos, demonstrados por fraqueza nas mãos e pés e pela presença de deformidade visível.

Embora a doença seja completamente curável com uma terapia múltipla de medicamentos, que é gratuita, a demora em iniciar o tratamento pode levar à incapacidade permanente.

O Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase foi marcado todos os anos no último domingo de janeiro. O objetivo da data é aumentar a conscientização sobre a doença e reduzir o estigma contra os que sofrem com ela.

Em Palmas (TO), o Projeto Palmas Livre da Hanseníase faz treinamento em serviço para profissionais do Programa Mais Médicos. Foto: OPAS

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