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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Músicos de instrumentos de sopro podem ter alterações bucais

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Músicos que utilizam instrumentos de sopro podem ter alterações bucais

19/02/2019 07h01 – Por: Humberto Luís Candêo Fontanini*

O Cirurgião-dentista Humberto Luís Candêo Fontanini, que também é músico da Orquestra UFGD, realizou um estudo para a conclusão de sua especialização em Odontologia do Trabalho, onde concluiu que músicos instrumentistas de sopro podem ter alterações marcantes no sistema estomatognático com o decorrer do tempo.

Esse sistema inclui não só a boca propriamente dita, como também dentes, língua, musculatura, ossos da face, articulações e dinâmica mastigatória. Isso quer dizer que a face do músico pode sofrer modificações patológicas, que vêm a comprometer sua performance, desempenho e até seu meio de sobrevivência financeira como músico profissional.

Essas alterações podem consistir em desordens têmporo-mandibulares (na articulação que faz os movimentos da mandíbula), desgastes dentários, problemas ortodônticos e musculares, ulcerações na mucosa, entre outros.

Cada grupo de instrumentos tem suas peculiaridades e tipos de embocaduras, com suas boquilhas, palhetas, arestas, bocais, as quais podem vir a corroborar no aparecimento de problemas bucais.

Como exemplo, pode-se citar a Síndrome de Satchmo, a qual traz consequências graves pelo uso contínuo e repetitivo de alguns instrumentos de sopro. Essa síndrome tem esse nome pelo fato de”Satchmo” ser o apelido do grande Louis Armstrong, famoso trompetista de Nova Orleans.

Armstrong experimentou sintomas que se encaixam nessa patologia , em 1935, onde ocorreu a alongação ou até ruptura dos feixes do músculo orbicular da boca. È uma condição exclusiva de músicos instrumentistas de sopro e está relacionado diretamente com o exaustivo desempenho da embocadura.

O Conselho Regional de Odontologia (CRO), no ano de 2012, emitiu o parecer número 717, onde reconhece o músico de sopro como sendo um paciente especial e que requer atenção específica. Isso pelo fato deste profissional desenvolver suas atividades laborais com complexidade e dinâmica únicas na região da boca e seus anexos.

O músico deve, ao menos, duas vezes ao ano procurar seu cirurgião-dentista para procedimentos de rotina como raspagens, restaurações e prevenção de doenças bucais. Além disso, relatar qualquer incômodo pelo fato do uso constante de seu instrumento ese possível, levá-lo ao consultório para que o profissional dentista avalie e investigue qualquer relação danosa do contato instrumento/boca/face. Assim, pode-se prevenir através de simples orientações, repousos, exercícios e até corrigir algum início de desordem oral.

  • Cirurgião-dentista mestre em Saúde pública e especialista em Saúde coletiva e Odontologia do Trabalho

O músico deve, ao menos, duas vezes ao ano procurar seu cirurgião-dentista para procedimentos de rotina

Humberto é Cirurgião-dentista, mestre em Saúde pública

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